Breve história da evolução das cidades

6.3. Breve história da evolução das cidades

O surgimento das cidades foi uma consequência da evolução da agricultura, especialmente da revolução do Neolítico, que permitiu a sedentarização dos homens num determinado lugar.

Antes do Homem se ocupar da agricultura não havia Cidades, quanto muito, existiam aldeias, sem carácter de fixação permanente, isto é, os homens eram caçadores e recolectores, dependendo grandemente dos ciclos naturais para a sua alimentação.

Com a agricultura, o Homem já podia conservar os seus alimentos, pelo que se inicia o aparecimento de aglomerações populacionais com um carácter definitivo. Como é evidente, parece ser perfeitamente aceitável que os primeiros lugares que atraíram os homens para uma fixação permanente, tenham sido os locais que garantissem a sobrevivência desses mesmos agrupamentos humanos. Nesse contexto, tais sítios deviam ter obrigatoriamente água, e porque naqueles tempos não havia água canalizada e nem pops, os locais escolhidos foram os locais planos das margens dos rios. Esses locais, para além da água e peixe que forneciam, tinham certamente margens ricas em nutrientes, o que permitia a existência de solos férteis e, por conseguinte, a prática agrícola. A partir do estudo da História, já se sabe que os grandes rios (Nilo em Africa, o Tigre e o Eufrates na Mesopotâmia - actual Iraque, e o Indo e o Ganges, na Ásia) foram o berço das grandes civilizações, o que não é de admirar, pois estes possuíam os requisitos acima descritos. O surgimento das cidades foi consequência da sedentarização do Homem.

Em Geografia chama-se sítio à localização exacta do espaço que originalmente deu origem cidade. A escolha desse sítio não se fazia ao acaso, como já vimos, mas deveria satisfazer determinadas necessidades como, por exemplo, a de circulação, de trocas comerciais, ou de defesa. Foi a partir daqui que surgiram cidades com formas e funções diferentes.

Existe unanimidade de opiniões relativamente ao ponto de partida da revolução urbana. Pensa-se que foi Jericó, na Palestina, a cidade mais antiga que se conhece (VIII milénio a. C.). As casas de Jericó eram construídas de tijolos confecionados à mão e recobertos de uma camada espessa; os vãos das portas eram amplos e os quartos tinham uma dimensão considerável. Tinha uma muralha de cintura maciça, construída de blocos de pedra. Existia um pequeno altar, um santuário e uma colunata.

A revolução urbana desencadeou-se na Palestina, na Mesopotâmia entre o Tigre e o Eufrates, no actual Iraque (ver mapa), no vale do Indo e no vale do Nilo: a região do crescente fértil, por volta de 3500 a. C. Tais cidades surgiram em pontos diversificados, mas sempre nos vales dos rios, pois estes proporcionavam terras férteis, irrigação e comunicação, garantindo assim a produção necessária de alimentos para abastecê-las. Temos Ménfis, no vale do Nilo, Tebas na Grécia, Mohenjo-Daro, no vale do Indo, Pequim, no rio Amarelo, etc.

As cheias periódicas dos rios Nilo, Indo, Eufrates e Tigres enriqueciam os solos de aluviões, o que permita a obtenção de mais excedentes, prontos a serem trocados por outros produtos. 

O recurso as técnicas de irrigação em comunidades organizadas, tal como acontecia no Egipto, permitiram a sedentarização das comunidades e posterior desenvolvimento das cidades. O alto domínio das técnicas de irrigação por parte dos egípcios permitiu igualmente que outros povos os apelidassem de civilização da irrigação. No entanto, teria sido na Mesopotâmia o local onde nasceu a civilização urbana, por volta de 3500 a. C. Mil anos depois, os sumérios já haviam construído cidades de renome, tal como é o caso de UI, Lagash e Erech que tinham aproximadamente, 34, 20 e 70 mil habitantes respectivamente.

Há ainda a salientar que as cidades egípcias do vale do Nilo apresentavam-se construídas paralelamente ao curso do rio, o que significava a existência de um planeamento prévio.

As mesmas comportavam trabalhadores, administradores e a classe dominante. Ao longo das planícies do rio Indo e do seu afluente Penjab, por volta de 3250 e 2750 a. C., desenvolveu-se uma outra civilização, que já possuía duas cidades muito povoadas, as cidades de Mohenjo-Daro e Harapp(a). A primeira possuía casas de habitação, edifícios públicos, um mosteiro e três ruas no sentido norte-sul, urna perpendicular e outras pequenas ruas. Eram cidades comerciais, que até exportavam produtos para outros continentes.

As cidades litorais fenícias, como Biblos, Sidon e Tiro, tinham dada a sua posição geográfica um grande papel atractivo. O seu desenvolvimento deveu-se à principal função exercida por estas, a função de entreposto comercial com as colónias e com as cidades da Mesopotâmia.

Período clássico

Grécia

A Grécia de 800 a. C. possuía tribos que viviam isoladamente em ilhas. Aos poucos e no decurso do tempo, estas foram criando cidades-estado. As cidades-estado eram regiões controladas exclusivamente por uma cidade. Entre as cidades-estado destacam-se Atenas, Esparta, Corinto, rebas, Troia e Mileto. Nesta época, Mileto já possuía um plano geométrico que fora projectado pelo primeiro planeador de cidades chamado Hippodamus de Mileto.

Roma

O período romano caracterizou-se pela adopção e aperfeiçoamento da arquitectura grega. Os romanos não só construíram pontes, estradas e edifícios, como também se preocuparam com o saneamento. Estes construtores procuravam realizar traçados regulares e geométricos, mas quando isso não era possível integravam nas cidades grandes conjuntos arquitetónicos, de grande aparato, e que constituíam a parte mais impressionante e majestosa da Cidade, mas sempre mantendo traços de natureza rigorosamente geométrica.

A cidade romana, herdeira ou cópia do urbanismo grego, tinha no centro o Fórum, rodeado de colunas e estátuas, circundada de edifícios públicos, templos, repartições, lojas. Perto do Fórum instalavam-se as termas com os seus banhos públicos, o teatro, circos e arcos de triunfo.

Cada cidade romana possuía um governo autónomo e sua Vida política local. Tinha ainda uma área rural mais ou menos extensa, que era território seu. A Vida urbana fez surgir novas classes ligadas å ordem urbana, nomeadamente a aristocracia municipal, a burguesia rica da cidade, o funcionalismo do estado e a classe militar. Contudo, a partir do século V, a Vida urbana entrou em decadência, assim como todo o império romano. Decaiu o comércio e as cidades perderam a sua importância. Somente no Mediterrâneo ocidental, sob domínio bizantino, a Vida urbana conservou as suas características iniciais.

Idade Média

A Idade Média foi marcada pela queda do império romano do ocidente em 476 e o declínio da civilização urbana em favor da economia rural dos povos bárbaros, que dominaram paulatinamente o antigo império, em 1453, com a tomada de Constantinopla. Por volta do século X, com um novo sistema social e económico, o feudalismo, voltam-se a estabelecer novas relações de troca, relações de dependência entre o senhor e os servos, em que o primeiro oferece protecção e o segundo o seu trabalho. As cruzadas permitem o contacto entre a Europa, Asia e África, resultando disso a obtenção de novos conhecimentos.

A indústria, os transportes e o comércio desenvolvem-se e o povoamento europeu conheceu um novo impulso entre os séculos XI e XII. Gera-se uma verdadeira atracção da população rural pela cidade. Quanto mais aumentava a densidade populacional desta, tanto mais se intensificava a acção desta sobre as áreas sua volta. Em termos estruturais, o castelo feudal localizava-se no núcleo e protegido pelas muralhas, enquanto fora dela, estavam as aldeias dos servos, pólos daquilo que tardiamente viria a originar as cidades.

As necessidades das cidades em termos de manutenção diária e de quantidade de produtos, provocaram o nascer de urna crescente variedade de profissões. Os poucos artífices não podiam responder às necessidades múltiplas dos recém-chegados, e dai chegarem de fora novos artífices.

Por outro lado, o comércio suscitou o desenvolvimento da indústria e a cidade acabou mesmo por atrai-la e concentrá-la. Assim, este desenvolvimento económico proporcionou o surgimento de associações de mercadores que se encarregaram de organizar e controlar a Vida económica das cidades e corporações de artífices.

Cidades adaptadas

São cidades típicas do período medieval. Dentro da muralha, a cidade crescia lentamente e de forma compacta. Apresentavam um aspecto circular e com uma planta circular ou estrelar. As cidades medievais apresentavam características especificas, por exemplo, ruas sinuosas e muito estreitas que se opunham grande praça central, casas edificadas de forma desorganizada com andares superiores mais salientes que os inferiores chegando a cobrir a rua; e as fachadas das igrejas, ricamente decoradas, contrastavam com as das lojas e casas modestas.

Ao contrário do que acontecera no império romano, a rede de esgotos e de abastecimento de era inexistente, em virtude da higiene não ser uma característica daquele tempo.

Cidades planeadas

Estas cidades surgem na Europa, por volta de meados dos séculos XII e apresentavam configurações geométricas. Estas nasceram mercê de um planeamento que implicava a escolha do local pelo fundador do sítio, fornecimento de água, construção da muralha, do espaço destinado igreja, ao mercado e espaço para blocos habitacionais. As cidades planeadas foram construídas com um propósito puramente defensivo, mas grande parte delas, com o decurso do tempo, entrou em declínio, constituindo hoje simples aldeias e as cidades medievais eram pequenas: havia cerca de 12 cidades com população entre os 50 000 e os 150 000 habitantes. As cidades mais populosas eram Milão, Paris, Veneza, Florença, Gand e Bruges.

As cidades medievais implantaram-se pelo estabelecimento da burguesia, pelo incremento dos ofícios, pelo crescimento da actividade comercial, e também obtiveram personalidade legal, que estava acima dos seus membros. Eram comunas com personalidade jurídica, tal como Costa et all (1989) refere. A cidade medieval era, portanto, uma comuna comercial e industrial que habitava dentro de um recinto fortificado, gozando de uma lei, de urna administração e de uma jurisprudência excepcionais que faziam dela urna pessoa colectiva privilegiada.

A cidade muçulmana

A velocidade de expansão do Islão, durante os séculos VIII, IX e X pelos territórios mais urbanizados do Mediterrâneo, provocou nas cidades inovações e adaptações a urna nova cultura e religião. Os árabes fundaram também novas cidades islâmicas, como Bagdad, Samarcanda, Cairo, Fez, Marraquexe, entre outras.

Desde o Norte de África até à Índia, passando pelo Golfo Pérsico, as cidades muçulmanas apresentam características semelhantes e típicas que não se parecem em nada com as das outras civilizações. A maneira de ser dos árabes, os seus conceitos religiosos e o seu espírito guerreiro marcaram significativamente todas as cidades sob a sua dominação.

As consecutivas destruições e reconstruções do espaço urbano deram um aspecto uniforme as cidades conquistadas e características idênticas às cidades construídas e concebidas de novo.

Estas cidades, com o seu agrupamento de casas maciço, os seus terraços, os seus pátios, as ruelas tortuosas e insignificantes, aparecem como algo típico e inconfundível — cidade com um carácter privado e secreto, pois não se vê, não se exibe, não se procura monumentalidade, as ruas estreitas e pequenas perdem todo o seu valor estrutural, num emaranhado caótico e sem Plano; os inúmeros becos e esquinas denunciam o interesse pelo individual e o culto do privado.

Todas as cidades islâmicas eram cercadas de muralhas, possuíam um núcleo interno denominado medina, onde se encontrava a mesquita maior e as ruas comerciais. Seguidamente, vinham os bairros residenciais e por último, os bairros dos arredores que se encontravam fora do recinto da medina e onde se agrupava a população segundo os modos de Vida e ofícios, ou seja, cada grupo social habitava o seu bairro distinto. Esta estrutura típica e original das cidades muçulmanas manteve-se nos Seus núcleos antigos até época moderna, onde deixam transparecer que o tempo parou.

Renascimento

Este período é assinalado por uma nova perspectiva de Vida, onde o Homem é o seu centro. A cidade não foi excepção, sendo, portanto, um reflexo dessa nova mentalidade.

O Renascimento foi marcado pela construção de grandes amuralhados (inicialmente na Itália, e depois em toda a Europa, França, Inglaterra, Espanha e Portugal) que tinham dentro de si grandes palácios, monumentos e igrejas. Estas muralhas eram construídas com propósitos puramente defensivos para resistir às novas armas de fogo fabricadas. São os arquitectos italianos que dão novas formas arquitectura e ao planeamento urbano, em que se pretendia destacar a arte, o fácil acesso e o aperfeiçoamento das muralhas e fortificações que circundavam as cidades Constituíram igualmente marcos típicos deste período a construção de largas avenidas de matriz geométrica, palácios possuidores de enormes jardins interiores, ruas, pontes, lagos, canais, tudo construído respeitando um regular, casas alinhadas, ruas retilíneas e largas, que mais tarde, no século XVI, foram alargadas para possibilitar a passagem de carruagens e consequente utilização por parte dos cavaleiros. Estas cidades foram transformadas na sua morfologia pela abertura de grandes avenidas em linha recta com as casas bem alinhadas, de fachadas regulares e loteamentos segundo planos geométricos. Estas reformas levaram a uma planificação radiométrica, em Paris, Londres, Moscovo e em outras capitais europeias.

As cidades depois da Revolução Industrial

Com a Revolução Industrial a cidade passa a ter outros atributos, isto é, deixa de ser unicamente o local para se habitar, mas o lugar por excelência que oferece oportunidades de habitação e emprego aos seus habitantes.

As transformações que se operaram em resultado da industrialização trouxeram profundas alterações no tamanho das cidades e da população, na ocupação do solo e na conservação do ambiente. Como consequência do aumento das unidades de produção, o que induziu a concentração de grandes massas de trabalhadores, novas cidades surgiram.

Com efeito, nos princípios do século XIX, na perspectiva de resolução dos problemas inerentes a este tipo de cidades, inicia-se a sua planificação com a construção de novos bairros de operários, de edifícios e monumentos centrais com novos arruamentos. Neste mesmo período, surgem pequenas cidades rurais pertencentes médias burguesias. Estas, pelo seu estilo arquitetónico apresentavam-se com ruas curvilíneas e muito arborizadas e construídas basicamente de tijolo eram os chamados subúrbios-jardins. Estas cidades-jardins emprestavam alguma beleza aos seus utentes bem como procuravam combinar as vantagens da Vida do campo e da Vida da cidade, como forma de preservar os seus habitantes dos malefícios trazidos pela poluição decorrente da Revolução Industrial, nomeadamente dos fumos, ruídos, entre outros males. Portanto, eram Cidades Circundadas de cinturas verdes, jardins e campos cultivados, e cuja génese aconteceu na Inglaterra.

As cidades do presente — a explosão demográfica

O grande desenvolvimento das cidades e das formas de Vida urbana são um dos fenómenos que melhor caracteriza a presente. Como já foi mencionado antes, a cidade não é um facto novo, mas é sim uma transformação iniciada em séculos anteriores, onde a população maioritariamente rural foi-se convertendo noutra, predominantemente urbana.

Por volta de 1800, a população urbana mundial não ultrapassava os 5%. Na Europa, a taxa de urbanização não ia para além dos 19% em 1800, era de 28% em 1850, em 1900 de 44% e hoje aproxima-se dos 70%.

A taxa de urbanização define-se como sendo o percentual da população urbana em relação à população total. Calcula-se usando geralmente dados censitários, segundo a fórmula seguinte:

Taxa de urbanização = população urbana/população total x 100.

Nos Estados Unidos da América a população urbana era de 6.1% em 1800, no princípio do século XX, 39,7% e hoje ultrapassa os 70%. Em países recentes como a Austrália e a Nova Zelândia, a população actual urbana é de 85%.

Antes de 1800 existiam no mundo 21 cidades com mais de 100 000 habitantes. Em 1972, o Seu número tinha aumentado para 537, das quais metade localizava-se na Asia e 90 na América do Norte. No início do século XX, o mundo contava com 16 cidades de mais de um milhão de habitantes, e hoje estas cidades são cerca de 200.

A Inglaterra foi o primeiro país do mundo a urbanizar-se (em 1850 já possuía mais de 50% de população urbana), e a urbanização acelerada dos países desenvolvidos industrializados ocorreu a partir da segunda metade do século XIX. A urbanização foi pois mais intensa nos países que realizaram a Revolução Industrial e que hoje constituem os países desenvolvidos. 

Os países em vias de desenvolvimento também registam elevado crescimento populacional urbano, contudo, este é recente e acontece depois da Segunda Guerra Mundial. O século XX caracterizou-se pela urbanização destes países. O ritmo acelerou-se a partir de 1950, devido ao aumento das taxas de crescimento populacional, e em muitos desses países a industrialização foi propiciada pelos investimentos das empresas multinacionais. Formaram-se grandes cidades para onde as populações do meio rural se deslocaram em busca de melhores condições de Vida, nomeadamente emprego, conforto e ascensão social.

O fenómeno urbano

O acelerado crescimento demográfico das cidades originou metamorfoses em muitas regiões do mundo. O fenómeno urbano, acelerado entre as guerras, criou diversas paisagens urbanas, determinou os novos arranjos internos e a expansão física recente das cidades para os subúrbios.

Nos países desenvolvidos a tendência actual aponta para um papel cada vez menos atractivo da cidade, mas o mesmo não acontece nos países em vias de desenvolvimento, como prova a urbanização galopante.

Este desenvolvimento global da população urbana, que desde 1900 aumentou em 100 vezes mais rapidamente do que a população mundial, correspondeu aos seguintes tipos de concentração:

  • - Tipo europeu, onde se observou um movimento pioneiro de expansão urbana que tem hoje tendência de reduzir;
  • - O tipo dos países de colonização europeia (Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia;
  • - O tipo dos países do Leste, cuja expansão das cidades é comedida de acordo com os planos de desenvolvimento económico;
  • - O tipo dos países em vias de desenvolvimento, onde a população urbana sofre actualmente um crescimento vertiginoso, depois de urna longa estagnação.

A cidade na actualidade – o nascimento das grandes concentrações urbanas

O rápido crescimento dos centros urbanos revela-se hoje em dia um grande problema a nível ambiental. O ritmo de crescimento dos centros urbanos é muito superior å capacidade e previsão definida pelas autoridades. Vai-se acumulando na cidade uma população imigrante, que se vai distribuindo ao acaso pelas camadas mais miseráveis e abandonadas, invadindo propriedades alheias ou zonas com condições urbanas inadequadas, tantas vezes ligadas ao centro da cidade.

Isto deu lugar aos chamados bairros de caniço de Maputo, aos musseques de Luanda, às bidonvilles das cidades francesas ou argelinas, as chabolas das cidades espanholas, as favelas brasileiras, aos rancheiros venezuelanos e aos bairros de lata de Lisboa. São raras as cidades mundiais que não sofrem este tipo de transformações resultantes de um crescimento anárquico e agressivo. São bairros marginais, onde para alguns começa o sucesso na Vida enquanto para outros representa o último escalão de uma descida dolorosa. São subúrbios resultantes do crescimento descontrolado da cidade, assim como dos bairros clandestinos que proliferam em áreas não urbanizadas da cidade e fora da alçada das entidades públicas.

Tudo isto levanta problemas de organização do espaço nas grandes metrópoles, problemas estes que se têm vindo a agravar com o tempo. Designa-se por metrópole (cidade-mãe, do grego metro = mãe e polis = cidade) uma grande cidade com pelo menos 500 000 habitantes, incluindo os subúrbios que não distem mais de 40 minutos do centro. O termo conurbação significa a junção da malha urbana de duas ou mais Cidades em expansão. Há quem sugira o termo megalópolis (cidade de dimensão gigantesca), palavra criada pelo geógrafo francês Gotman, contudo o termo megalópolis tem sido utilizado como sinónimo de urna grande região urbanizada que contém dentro de Si diversas cidades, isto é, várias áreas metropolitanas.

Bibliografia

MANSO, Francisco Jorge; VICTOR, Ringo. Geografia 12ª Classe – Pré-universitário. 1ª Edição. Longman Moçambique, Maputo, 2010.


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