Medidas de melhoria, defesa e conservação dos solos

Medidas de melhoria, defesa e conservação dos solos

Os solos constituem os meios básicos para o desenvolvimento da Biosfera. A conservação dos solos é imperativa para a humanidade tendo em conta a produção dos bens alimentares para a população mundial cada vez mais crescente.

Anualmente, milhares de hectares férteis perdem a produtividade como consequência da acção humana e do avanço dos desertos. As queimadas e o uso intensivo dos solos, com produtos químicos, máquinas pesadas, abate das árvores para a extracção da madeira e processos de rega tecnicamente errados são as principais causas deste fenómeno.
A defesa dos solos passa pela tomada de medidas de conservação. As tecnologias da lavoura, rega, adubação e plantio de árvores devem tomar em conta aspectos que evitem a poluição do solo.

Deve-se procurar, no máximo, evitar a destruição da biodiversidade, regas descontroladas que conduzem à acidificação, salinização e outros efeitos negativos para a fertilidade dos solos, desenvolvendo-se atitudes positivas de plantio de árvores e uma educação pro-conservação dos solos.

Desertificação

A desertificação é um processo muito complexo com interacção de fenómenos humanos e naturais causadores de desequilíbrios ecológicos.
Este fenómeno consiste na transformação de terras com potencial produtivo em terras inférteis. Esse fenómeno ocorre em regiões de clima árido, semi-árido e sub-húmido seco, destruindo vastas áreas da América do Sul, Médio Oriente, África Subsaariana, Austrália e Sul da Ásia.

A desertificação começou a ser estudada durante os anos 30, quando uma série de tempestades de areia varreu o Oeste dos EUA, passando pelos estados de Oklahoma, Kansas, Novo México e Colorado e cobrindo cidades inteiras. O desastre, que apelidou a região de “Dust Bowl” (Prato de poeira), forçou a migração de milhares de pessoas para outros estados, trazendo, também, problemas socioeconómicos como o desemprego e a pressão sobre a infra-estrutura das cidades.

Mais tarde, a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio Ambiente realizada no Brasil em 1992, traçou como objectivo principal das nações o Desenvolvimento Sustentável do Planeta, bem como a elaboração de uma Convenção para o Combate à Desertificação. Nesta e foram elaborados estudos sobre os principais problemas decorrentes da desertificação e suas causas.

Dentre as causas listadas pela Convenção encontra-se o uso intensivo e inadequado do solo em regiões de ecossistemas frágeis com baixa capacidade de recuperação, resultando na salinização de solos pela irrigação mal planejada e o sobre-pastoreio, o desmatamento e manejo inadequado na agro-pecuária que provocam a desertificação.

O impacto da desertificação é notório na perda da biodiversidade, esgotamento dos solos e fluxos migratórios para as cidades e agravam-se os problemas urbanos.
As iniciativas tomadas no âmbito da Agenda 21 (Documento da Eco 92 que estipula acções para o desenvolvimento sustentável) prevê a criação de políticas e acções efectivas nos países que ratificaram compromisso de deter o processo de desertificação. O Programa de Combate à Desertificação e Mitigação desenvolve acções para recuperar áreas degradadas e iniciativas educativas para evitar que mais áreas sejam utilizadas inadequadamente.

Contudo, conclui-se que a recuperação de uma área em processo de desertificação é muito complexa devido à necessidade de se controlar o avanço da degradação e combater o uso irracional do solo através de medidas educativas que irão prevenir que mais áreas sejam transformadas em desertos. Numa altura em que vários países do terceiro mundo se debatem com carências alimentares agudas, a questão da desertificação deve ser tomada como um dos problemas globais e devem tomar-se medidas com vista a reduzir os efeitos.


Fig.1: Desertificação



Bibliografia
WILSON, Felisberto. G11 - Geografia 11ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo, 2017.

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