Microalgas e macroalgas: formas de organização

2.6. Microalgas e macroalgas: formas de organização

As algas são seres vivos muito simples, essencialmente aquáticos, apresentando um grau de diferenciação muito baixo. A maior parte das algas são unicelulares, mas também podem ser pluricelulares (macroalgas). Possuem pigmentos fotossintéticos, tal como a clorofila, e substâncias carotenoides, apresentando muitas semelhanças com as plantas.

O quadro abaixo apresenta os principais filos das algas, englobando macroalgas e microalgas, hoje consideradas arte integrante do Reino Protista. Antes estavam incluídas no Rei no das Plantas, mas, dada a ausência de verdadeiros sistemas vasculares e devido sua simplicidade e ausência de verdadeiros tecidos, a maioria dos taxonomistas inclui-as actualmente no Reino Protista.

 

Divisão

Tipo de substância de reserva


Parede celular

 

Habitat

 

Clorophyta (algas verdes)

Amido

Celulose

Águas doces, algumas marinhas.

Phaæophyta (algas castanhas)

Laminarina

Celulose e algina

Quase sempre marinhos.

Rhodophyta (algas vermelhas)

Amido florídeo (semelhante ao glicogénio)

celulose e materiais pépticos

Marinhas, algumas de água doce

Muitas espécies tropicais.

 Divisão Chlorophyta

As clorófitas, ou algas verdes, pertencem a um grupo muito vasto e diversificado. Possuem estrutura unicelular, como as Chlorella ou Closterium, ou ainda colonial, como o volvox, ou multicelular, como a alface-do-mar.

Os talos das clorófitas multicelulares apresentam uma organização relativamente complexa possuem os pigmentos clorofila a e b, carotenos e xantofilas; a parede celular é constituída por celulose e o amido é a sua substância de reserva, o que as coloca como ancestrais das plantas. Esta característica levou muitos cientistas a considerarem-nas parte integrante do Reino das Plantas.

Fig. 18: Exemplos de algas clorófitas.

Divisão Phaeophyta

As algas castanhas, as feófitas, são apenas multicelulares, na sua maioria, marinhas. O seu tamanho varia: há algas microscópicas e outras, como os kelp, com mais de 60 metros de comprimento. Podem ter Vida livre, vagueando pelos oceanos, tal como o Sargassum, ou estar fixas ao substrato.

Possuem fucoxantina, que lhes confere a característica cor castanha, e clorofilas a e c.

Fig. 19: Exemplos de algas feófitas.

Divisão Rhodophyta

As rodófitas, as algas vermelhas, são predominantemente multicelulares e também podem atingir dimensões consideráveis. E comum o seu talo apresentar diversas ramificações, sendo que a sua base é diferenciada e presa ao substrato por estruturas de fixação. Possuem como pigmentos fotossintéticos clorofila a e d, ficocianina e ficoeritrina; possuem celulose e hidrocolóides na composição da parede celular e amido florídeo como substância de reserva.

Outras algas

Existem ainda outros grupos de algas, nomeadamente as euglenas (flagelados verdes sem parede celular) e as diatomáceas (algas com carapaça constituída por duas valvas siliciosas), que, pelas suas características particulares, importa referir.

As euglenas são seres unicelulares fotossintéticos e simultaneamente heterotróficos, alimentando-se por fagocitose na ausência de luz. Não possuem parede celular e possuem flagelo locomotor, características típicas dos animais.

As diatomáceas são organismos unicelulares fotossintéticos, muito abundantes no plâncton.

A sua parede celular encontra-se impregnada por sílica, sendo constituída por duas valvas.

A acumulação destas carapaças nos fundos marinhos constitui extensos depósitos sedimentares chamados diatomitos, com múltiplas utilizações industriais.

Características ecológicas das algas

Além da contribuição no que se refere renovação do oxigénio atmosférico, sustentação da vida aquática e formação de nuvens e chuvas, as algas são úteis ao Homem de diversas outras formas: podem ser utilizadas em pesquisas científicas e usadas como excelentes fertilizantes (devido ao seu elevado teor nutritivo) ou como ração para animais.

Além disso, as algas podem também ser responsáveis por alguns efeitos ambientais deletérios, como o fenómeno do afloramento das águas. Em condições favoráveis de crescimento, certas algas apresentam uma explosão populacional, tornando os reservatórios de abastecimento de água potável ou as lagoas para o uso do gado temporariamente inutilizáveis. Este fenómeno provoca frequentemente a formação de uma camada de algas na superfície da água, dificultando a sua oxigenação a partir da atmosfera. É comum observar-se grande mortandade de peixes que superfície tentando respirar, pois as algas, durante a noite, competem com eles pelo oxigénio, quando as algas começam a morrer, passam a sofrer decomposição bacteriana, o que provoca um mau cheiro característico e a eutrofização das águas.

Outro fenómeno nocivo é o da maré vermelha, causado por algas pirráfitas como a Gonyaulax catanella e a Gymnodium veneficum. Este fenómeno ocorre principalmente em épocas de reprodução das algas, que libertam toxinas potentíssimas na água, provocando a mortandade de peixes e de outros animais marinhos.

Vamos relembrar...

As algas eucariotas podem ser unicelulares ou pluricelulares, microscópicas ou macroscópicas e de coloração bastante variável. São encontradas em vários tipos de ambientes: habitam em lagos, rios, solos húmidos, casca de árvores e principalmente nos oceanos. Dai o nome «alga», palavra que vem do latim e que significa «planta marinha».

 Bibliografia

PIRES, Cristiano; LOBO, Felisberto. Biologia 11ª Classe – Pré-universitário. 1ª Edição. Longman Moçambique, Maputo, 2010.

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