Ordem Crocodilia

Ordem Crocodilia

Os membros desta ordem possuem narinas na extremidade do focinho e desenvolveram um palato secundário, que desloca as passagens de ar para a parte posterior da boca. Uma aba de tecido, com origem na base da língua, pode formar um selo à prova da água entre a boca e a garganta. Desse modo, um crocodilo pode respirar somente com as narinas expostas, sem inalar água. São animais semiaquáticos.

Além disso, desenvolveram maxilas fortes, onde se encontram ancorados poderosos dentes. Apresentam, em geral, patas bem desenvolvidas.

Os crocodilos possuem uma armadura corporal dérmica. A cauda, pesada e lateralmente achatada, impulsiona o seu corpo na água, enquanto as patas são mantidas contra as suas laterais. A força muscular da cauda, aliada da massa da água, constituem um mecanismo eficaz de captura de presa.

Excelentes predadores, os crocodilos são animais terrestres adaptados à Vida na água, habitando sobretudo em águas doces. A maioria é encontrada em regiões tropicais e subtropicais, embora existam espécies que penetram na zona temperada.

Tal como as tartarugas, os crocodilos depositam os ovos na zona da praia (rios e costas marinhas); são ovíparos, mas também existem ovovivíparos (raramente são vivíparos). O seu desenvolvimento é directo.

Fig. 90: Ilustração das principais diferenças entre os Crocodilia: crocodilo cubano (A); jacaré chinês (B); crocodilo americano (C); gavial (D).

Sistemática dos crocodilos

A ordem Crocodilia compreende as seguintes famílias:

  • Alligatoridae: aligátor (Alligator mississippiensis), jacaré e caimão (Caiman crocodilus). São formas de água doce; ocorrem na América Central, no México, América do Sul e China. O aligátor é o maior em comprimento de todos os Crocodilia e dentro dos Reptilia é superado pelo pitão e pela anaconda.
  • Crocodyliciae: crocodilo de água salgada (dos estuários, pântanos de mangais, baixas de rios), atinge mais de 7 metros. E um predador excelente. Esgueira-se nos rios à espera das suas presas, constituídas por todo tipo de mamíferos. Também come aves e peixes.
  • Gavialidae: gavial dos rios do Norte da Índia.

A ordem Lepidosauria compreende os seguintes animais: tuatara, lagartos, serpentes, cobras-de-duas-cabeças, iguanas, varanos, camaleões e gecos. Trata-se de um grupo bem distinto das outras duas ordens já estudadas. O seu esqueleto está muito modificado e a sua anatomia de partes moles é igualmente diferente. O órgão de Jacobson tem o ápice de desenvolvimento em serpentes e lagartos e está ligado ao tecto da boca e não ao canal nasal.

Características principais

O ouvido do grupo sofre consideráveis alterações. Nas serpentes, desaparecem o tímpano, o ouvido médio e a trompa de Eustáquio. As vibrações recebidas são transmitidas por meio do quadrado columela e então ao ouvido interno. Nos lagartos, desenvolveu-se bastante um ouvido médio.

O tecto do crânio é arqueado. Dois pares de membros locomotores situam-se no mesmo plano do corpo (ventral), o que justifica a locomoção por rastejamento do ventre no solo.

Os membros estão providos de cinco dedos, terminando cm garras córneas e adaptadas para correr, rastejar ou trepam. Em alguns casos, ficaram reduzidos (alguns lagartos) ou podem estar ausentes (alguns lagartos e todas as serpentes).

A pele é tipicamente seca e frequentemente encoberta por escamas (cobras e lagartos), placas dérmicas e carapaças (tartarugas). O crescimento é feito através de mudas periódicas sob a indução hormonal.

Toda o grupo realiza expiração pulmonar, mas as tartarugas marinhas realizam respiração cloacal.

O seu sistema digestivo é completo, com glândulas bem desenvolvidas, como fígado e pâncreas, terminando em cloaca.

Exibem pálpebras mais móveis do que as dos anfíbios, excepto os organismos cavadores.

Sistemática dos Lepidosouria

Na classificação actual, o taxon Lepidosauria pode ser considerado como superordem, à qual se subordinam as ordens: Sphenodontia (com a tuatara, único vivente, que ocorre em ilhas da Nova Zelândia) e Squamata (lagartos, serpentes, cobra-de-duas-cabeças, iguanas, varanos, camaleões e gecos).

Os membros da ordem Squamata revelam inúmeras características derivadas do crânio, esqueleto pós-craniano e tecidos moles. A mais evidente é a perda da barra temporal inferior e do osso quadrado-jugal, que fazia parte dessa barra. Essa modificação faz parte de uma série de mudanças estruturais do crânio, que contribuem para o desenvolvimento de uma complexidade de movimentos. Nas serpentes, a flexibilidade do crânio foi aumentada ainda mais, através da perda da segunda barra temporal.

Para sua defesa e predação, muitas espécies desenvolveram venenos que variam na sua constituição química e, em consequência, na forma de acção. A Naja mossambica é, sem dúvida, uma das serpentes mais venenosas em Moçambique. Venenos desta e de outras serpentes matam uma presa de 40 kg de massa em apenas 10 minutos.

Salvo excepções, estes animais exibem quatro patas, pálpebras nos olhos e ouvidos externos.

Com mais de 5000 espécies conhecidas actualmente, os lagartos ocorrem em todos os continentes, excepto na Antártida, e existem em diversos tamanhos: desde poucos centímetros, como alguns gecos, até 3 metros, como o dragão-de-komodo.

A subordem Lacutilia (Sauria), a dos lagartos, é a subordem mais significativa em termos de biodiversidade.

São geralmente carnívoros, alimentando-se de insectos ou de pequenos mamíferos, mas também há lagartos omnívoros ou herbívoros, como as iguanas. Algumas formas são venenosas (é o caso do monstro-de-gila).

São inúmeras as famílias dos lagartos. Eis alguns exemplos:

  • Família Corytophanidae – basiliscos;
  • Família Iguanidae – iguanas;
  • Família Agamidae – agâmidas;
  • Família Chamaeleonidae – camaleões;
  • Família Gekkonidae – gecos ou lagartixas;
  • Família Varanidae – lagartos varanos e monitores;
  • Família Helodermatidae – monstro-de-gila.

 

Camaleão

Bibliografia

PIRES, Cristiano; LOBO, Felisberto. Biologia 11ª Classe – Pré-universitário. 1ª Edição. Longman Moçambique, Maputo, 2010.

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