Os anelídeos

3.1.5. Os anelídeos

O filo Annelida (do latim «annellus», pequeno anel) é composto por organismos vermiformes cilíndricos. Os metâmeros dos anelídeos caracterizam-se por serem homónomos, ou iguais, nas classes inferiores, e heterónomos, ou diferentes, nas classes superiores.

Internamente, localizam-se, em cada metâmero, os sistemas nervososanguíneo e excretor e, por vezes, também os órgãos reprodutores. Externamente, possuem os parapódios como órgãos escavadores, nadadores ou de auxílio à locomoção. Os anelídeos São seres celomados.

A metameria (segmentação) está relacionada com a actividade do terceiro tecido germinativo, a mesoderme. Assim, estes animais (até os cordados) são de organização triploblástica (ectoderme, mesoderme e endoderme).

Através da mesoderme origina-se urna cavidade interna secundária, o celoma, que, ao contrário do que acontece nos grupos anteriores, é verdadeiro, revestido pelo epitélio mesodérmico. Os sacos celómicos estão divididos por septos. No celoma estão alojados todos os órgãos internos.

Há características comuns entre os anelídeos e os artrópodes:

  • Metameria;
  • Extremidades ordenadas em série de metâmeros, cuja primeira função é auxiliar a locomoção;
  • Nefrídios como órgãos excretores;
  • Sistema nervosa do tipo escada de corda.

A superfície do corpo dos anelídeos é muito rica em glândulas e o seu epitélio está provido de células sensitivas.

Fig. 21: Visão sobre os metâmeros e as principais estruturas do corpo de um anelídeo.


Características gerais dos anelídeos

Os anelídeos apresentam as características seguintes:

  • Sistema nervoso com anel nervoso anterior, gânglios e cordão nervoso ventral;
  • Sistema circulatório fechado;
  • Ausência de órgãos respiratórios verdadeiros;
  • Hermafroditas, reprodução normalmente sexuada; larva trocófora;
  • Habitam diferentes ambientes e a alimentação é extremamente diversificada.

Fig. 22: Anatomia interna de uma minhoca terrestre Lumbricus sp.


Reprodução da minhoca e importância ecológica

As minhocas pertencem à classe dos anelídeos: têm o corpo dividido em anéis, que variam em quantidade de acordo com a espécie.

Vivem enterradas no solo, escavam galerias e canais, à procura de abrigo e restos vegetais, que são ingeridos com grandes quantidades de terra. São, portanto, animais detritívoros, uma vez que se alimentam de detritos de várias origens.

As minhocas são seres hermafroditas, pois cada individuo tem testículos e ovários. No entanto, não se reproduzem sozinhas, dependendo da união com outra para a troca de espermas (fecundação cruzada). No acasalamento, uma minhoca coloca-se em sentido oposto outra, os órgãos sexuais masculinos de uma encontram-se com os aparelhos genitais femininos de outra e vice-versa, acontecendo, então, a deposição de esperma em ambas.

A cada sete ou dez dias, cada minhoca vai produzir um casulo. Dentro de cada casulo, temos de dois a 15 ovos, fertilizados ou não. Quando nascem, as minhocas são brancas, tomando a cor dos seus progenitores à medida que vão se alimentando.

Quando o ambiente e a temperatura são favoráveis, a reprodução das minhocas dura quase o ano todo. Cada minhoca, em condições ideais, pode deixar de 100 a 140 descendentes em apenas um ano.

As minhocas têm uma imensa importância ecológica. Os seus excrementos constituem um excelente adubo orgânico. O húmus produzido por elas tem cinco vezes mais nitrogénio, duas vezes mais cálcio, duas vezes e meia mais magnésio, sete vezes mais fósforo e onze vezes mais potássio do que o solo de onde é extraído. Escavando até 2 metros de profundidade, as minhocas constroem uma rede de galerias subterrâneas que deixa o solo mais poroso e com maior capacidade de reter a água, tornando mais fácil o seu cultivo. Nesse solo, a penetração das raízes e da água é facilitada, o que possibilita um desenvolvimento maior das plantas, com melhores safras e com mais altos índices de produtividade.

Bibliografia

PIRES, Cristiano; LOBO, Felisberto. Biologia 11ª Classe – Pré-universitário. 1ª Edição. Longman Moçambique, Maputo, 2010.

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