Os Lagos

Lagos

Os Lagos são massa permanente de água; relativamente ampla e mais ou menos profunda, depositada numa depressão de terreno e sem comunicação imediata com o mar. os lagos apresentam dimensões variadas desde lagos com algumas dezenas de metros de diâmetro como os que se pode encontrar nas montanhas até os de dimensões gigantescas.

Origem dos lagos

        A formação dos lagos resulta tanto de factores naturais como artificiais que ocorrem à superfície, originando depressões sobre as quais se acumulam as águas. Entre os factores naturais que concorrem para a formação dos lagos estão os que ocorrem no interior da Terra como os movimentos tectônicos, as inflexões da crusta ou desabamentos de cavidades subterrâneas e as explosões vulcânicas.
       Outros fenómenos naturais ocorrem à superfície como a chuva, o vento e os glaciares, cuja acção conduz preparação do espaço sobre o qual se forma o lago.
As moreias glaciares, o desabamento de barreiras marinhas e aluviais, bem como a queda de meteoritos são outros fenómenos naturais que ocorrem à superfície e que concorrem para a formação dos lagos.
      Além dos lagos naturais existem igualmente os lagos de origem artificial ou humana, que são aqueles que resultam da acção humana, especialmente actividade mineira e construção de barragens.

Lagos de origem natural interna – resultam da acção de fenómenos naturais que ocorrem no interior da Terra, como o tectonismo, as reflexões da crusta ou desabamento de cavidades subterrâneas e o vulcanismo.
Os movimentos tectônicos originam fracturas no terreno, formando depressões. Ex: lagos da África Oriental.
Fig.1: Lago Victória

      As inflexões da crusta, ou desabamento de cavidades subterrâneas levam a formação de lagos cársicos e os lagos vulcânicos nascem em crateras de vulcões extintos.

Lagos de origem natural externa – resultam de fenómenos naturais exteriores (chuvas, vento, glaciares, barreiras marinhas, queda de meteoritos, etc.). Entre eles podem distinguir-se lagos de erosão e lagos residuais.

Os lagos de erosão são originados pelas chuvas, vento ou glaciares que acuam preparando o espaço. Existem, também, lagos formados por moreiras glaciares, desabamento de barreiras marinhas, aluviais (Cáspio, Aral), ou quedas de meteoritos.
Os lagos são de origem marinha ou eólica:
  • Os lagos de origem marinha, surgem a partir da formação, ao longo da costa, de cordões de areia, que com o tempo acabam por se isolar.
  • Os lagos de origem eólica ocorrem em locais de acumulação de areia transportada pelo vento.
Lagos de origem artificial ou humana – são lagos que resultam da actividade humana e têm origem em minas ou jazigos inactivos, que mais tarde acumulam água.
No processo da construção de barragens formam-se albufeiras que constituem lagos onde se desenvolve a pesca, o turismo e permite o funcionamento da própria barragem.

Relação entre lagos e rios

Dependendo da sua posição geográfica, especialmente em termos de relevo, os lagos assumem diferentes funções em relação aos rios. Assim os lagos posicionados em zonas altas tendem a ser locais onde iniciam, ou seja, nascem determinados rios. A esses lagos chama-se lagos emissores.

Por outro lado, os lagos situados em zonas baixas tendem a ser desembocaduras de alguns rios, assumindo, como tal, a posição de lagos receptores.
Finalmente, lagos posicionados nos cursos médios dos rios tornam-se lagos transmissores que são atravessados por rios.
Os lagos estabelecem relações com os rios, de forma diferente.
·       Assim, têm-se lagos emissores, transmissores e receptores.
  • Lagos emissores são alimentados por chuvas, pela fusão do gelo ou pela escorrência das vertentes e dão origem a rios. Exemplos: lago Vitória (rio Nilo), lago Tana (Nilo Azul, afluente do Nilo).
  • Lagos transmissores são reguladores do caudal dos rios, exemplo destes lagos são: lagos Constança e Genebra, atravessados respectivamente pelos rios Reno e Ródano.
  • Lagos receptores são alimentados por rios, não têm escoamento e a sua massa de água estabelece-se por um equilíbrio regulado pela evaporação (Ex.: Mar Morto).

Dinâmica dos lagos

      Os lagos como massas de água que se acumulam em depressões não apresentam sempre o mesmo nível de água, pois, algumas vezes, os mesmos registam cheia e noutras vezes níveis muito baixos. Essa variação, ou seja, essa dinâmica dos lagos, depende das fontes de alimentação, portanto das fontes de água dos lagos, nomeadamente a chuva, os rios, os glaciares, etc.

       Sendo os lagos alimentados por rios, pelas chuvas ou através do degelo dos glaciares, a dinâmica dos lagos varia consoante o comportamento das respectivas fontes de alimentação. Assim, a época chuvosa leva ao aumento dos caudais dos rios e consequente aumento das águas que estes lançam para os lagos. Por outro lado, as águas das chuvas e as águas resultantes do degelo também contribuem para aumentar o nível das águas dos lagos, chegando a provocar cheias.
      Na época seca, os lagos tendem a reduzir a acumulação das águas, atingindo por vezes níveis muito baixos.

      Um dos fenómenos interessantes ligados à dinâmica dos lagos tem a ver com o facto de que quando o lago baixa, os braços que emergem do lago transportam as aluviões em direcção ao lago e que se acumulam no fundo do lago. Desta acumulação resulta um progressivo aumento do leito que desse modo passa a fazer um escoamento mais rápido, concorrendo para o desaparecimento do lago. Quando o lago seca e desaparece é substituído por uma lama aluvial. O desaparecimento dos lagos é particularmente rápido quando os seus afluentes são capturados por outros rios.
   Um dos casos típicos de lagos cuja dinâmica conduz ao seu progressivo desaparecimento é o do lago Tchad, em Africa, cujos afluentes correm o risco de ser capturados pelo rio Níger ou pelo Congo.

      Os lagos que são alimentados fundamentalmente por afluentes ou por nascentes dos cursos de água aumentam o nível das águas no momento de degelo ou como consequência das chuvas. Podem transbordar e provocar inundações sobre as margens. A partir do lago tem origem um curso de água, o emissário (ou lago emissor) que evacua regularmente as águas em excesso.
     A superfície do lago Tchad, em Africa, reduz-se a metade na época da estação seca como consequência da alimentação deficiente.
     Os aluviões dos afluentes acumulam-se lentamente no fundo do lago, provocando um enlevamento do nível das águas que desta maneira escoam rapidamente, podendo provocar o seu desaparecimento.

Principais Lagos e Regiões Lacustres

       A distribuição dos lagos pela superfície terrestre é bastante variável tendo em conta que nem todas as regiões apresentam condições propicias para a formação dos lagos. Portanto, nos diferentes continentes destacam-se algumas regiões que pelas suas caraterísticas registam a presença de lagos.
    Vejamos como se distribuem os lagos e quais são as principais regiões lacustres do globo terrestre.

Em África

Em África, a região dos grandes lagos é muito extensa que surge como consequência de movimentos tectónicos que provocaram fracturas e depressões. Os principais lagos são: Niassa, Tanganica, Vitória e Eduardo.

Na Europa e na Asia

Cáspio também conhecido por Mar Cáspio: situado na Rússia e no Irão e com uma área de 440 000 km2 Cáspio é o maior lago do mundo em extensão e para este Lago-Mar drenam águas de vários rios.
Baikal: situado na Ásia Central, o Baikal é o lago de maior volume de água doce. A sua profundidade alcança 1 740 metros o que o torna o mais profundo de todos. A sua superfície está a 463 metros acima do nível do mar.
Morto: este lago é mais conhecido por Mar Morto. Dentre os lagos situados abaixo do nível das águas do mar, o Morto ocupa o primeiro lugar.
Encontra-se a 396 metros abaixo do nível do mar e é também o mais salgado do mundo e é biologicamente morto.

Na América

O Continente Americano é rico em lagos, particularmente nos Estados Unidos da América e Canadá.
A região dos Grandes Lagos – Abrangendo uma área extensa e situados nos Estados Unidos da América e no Canadá, os Grandes Lagos da América do Norte formam uma bacia lacustre muito importante no mundo. Nas margens dos lagos situam-se muitas cidades.
Os Grandes Lagos estão ligados entre si por meio de canais, e com o Atlântico, através do rio São Lourenço, que é o escoadouro natural desses Lagos.
Lago Superior – Com uma área de 82 500 km é o mais extenso lago de água doce do mundo. Este lago encontra-se a 184 m acima do nível do mar.
Lago Michigan – Com uma área de 58 000 km2, o lago Michigan encontra-se a 177 m acima do nível do mar, nas suas margens, localizam-se importantes cidades norte-americanas como Chicago e Milwaukee.
Lago Huron – Possui uma área de 59 600 km2 e encontra-se a 177 m acima do nível do mar.
Lago Erie – Possui uma área de 25 700 km2 e encontra-se a 174 m acima do nível do mar. As cidades de Detroit, Toledo, Cleveland e Buffalo são algumas das muitas cidades norte-americanas situadas nas suas margens.
Lago Ontário – Com uma área de 19 500 km2 e situado a 75 m acima do nível do mar, liga-se directamente ao Atlântico através do rio São Lourenço. Entre os lagos Erie e Ontário, encontram-se as famosas cataratas de Niágara.

Os Maiores lagos do Globo

Maiores lagos do mundo
Continente/País
Profundidade
Área em km2
Cáspio
Irão-Rússia
945
440 000
Superior
EUA-Canadá
394
82 500
Victoria
Quênia/Tanzânia
82
67 000
Aral
Ásia
67
66 000
Huron
EUA-Canadá
281
59 600
Michigan
EUA
228
58 000
Baikal
Ásia
1525
35 500
Tanganica
África-Tanzânia
1440
32 500
Grande Urso
América-Canadá
80
58 000
Grande Lago dos Escravos
América-Canadá
614

33 500


Bibliografia
WILSON, Felisberto. G11 - Geografia 11ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo, 2017.

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