Os Poríferos
3.1.1. Os poríferos
Os Porífera, ou poríferos, têm este nome devido à presença de poros que se abrem na superfície externa do corpo e terminam no seu interior. São conhecidos vulgarmente como «esponjas», em alusão à presença de espongina ou — popularmente – à sua função como esponja para higiene.
Ecologia e modo de Vida
Os poríferos são geralmente marinhos, e muito poucas formas podem ser encontradas em ambientes de água doce. Vivem geralmente em colónias, fixos em rochedos e noutros substratos duros; outras formas são epizoárias (vivem sobre animais) e servem de camuflagem a muitos moluscos.
As esponjas alimentam-se de detritos presentes na água e que penetram através dos poros.
A digestão é feita nas células coanócitas. As esponjas alimentam-se também de protozoários e bactérias.
Morfologia e anatomia
Os poríferos são extremamente parecidos com as plantas. Podem ser ramificados ou simples.
Esta semelhança com as plantas levou Aristóteles ao erro de os classificar neste grupo.
Os poríferos demonstram a mais simples organização estrutural, com apenas duas camadas celulares: epiderme (pinacoderme) e gastroderme (coanoderme); entre estas, há o mesênquima com diferentes células (os arqueócitos, células totipotentes que originam muitas e diferentes células; telolécitos, que actuam na digestão; os colêncitos, células contrácteis; os escleroblastos, que participam na construção do esqueleto, formando as espiculas; as células sexuais, de origem coanócita). As espiculas são espinhos endurecidos que Constroem a arquitectura típica do esqueleto das esponjas. Nenhuma das camadas celulares do grupo pode ser considerada homóloga aos tecidos dos outros metazoários superiores, os eumetazoa. E preciso reter que as esponjas não ultrapassam o nível de organização hipoblástico (duas camadas).
A esponja apresenta ainda uma abertura para escoamento e circulação da água (ósculo) e uma cavidade central que atravessa todo o corpo (átrio). As esponjas com este tipo de organização mais simples denominam-se ascon (tipo asconóide).
Ao longo da evolução dos poríferos, a sua estrutura interna foi-se tornando mais complexa, em resultado da adaptação ao modo de Vida, da procura de alimento e da facilitação da circulação das águas. Assim, surgiram os outros dois tipos: siconóide e leuconóide. Estas modificações dizem respeito sobretudo ao átrio, que, no caso dos leuconóides, praticamente desapareceu. Em seu lugar, formaram-se as câmaras flageladas.
Fig. 5 Coanócito, uma das principais células das esponjas. Pode ter tido origem nos protozoários Choanoflagellata. Colarinho (A); núcleo (B); vacúolo digestivo (C); flagelo (D). |
Fig. 6: Tipos morfológicos de esponjas: asconóide, siconóide e leuconóide. |
Reprodução e embriogenia
As esponjas reproduzem-se assexuadamente, por meio de brotos (brotamento) e gémulas (gemulação), ou sexuadamente, por meio de células sexuais. Têm uma grande capacidade de regeneração. O desenvolvimento das esponjas passa por um estágio larval. A larva chama-se parenquimula ou anfiblástula.
Curiosidade...
As esponjas, além serem úteis para o ambiente, por exemplo, fazem parte do recife-do-coral, são comestíveis em algumas partes do mundo e são usadas na medicina pelo seu elevado teor de iodo e muitas outras substâncias. Recordemos que, em Moçambique, o Ministério de Saúde introduziu a obrigatoriedade de consumo de sal iodado.
Bibliografia
PIRES, Cristiano; LOBO, Felisberto. Biologia 11ª Classe – Pré-universitário. 1ª Edição. Longman Moçambique, Maputo, 2010.
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