Precipitação atmosférica: Pluviosidade, Tipos de Chuvas, Distribuição da pluviosidade, Ciclo da água

Precipitação atmosférica

As nuvens são mantidas em suspensão pelo ar ascendente. Mas em que medida pode o ar manter as gotículas de água e os cristais de gelo em suspensão? O que acontece quando essas partículas aumentam de peso e o ar já não consegue mantê-las em suspensão? A resposta é simples: caem.

À queda de água atmosférica com a ajuda da força da gravidade chamamos precipitação que pode ocorrer sob a forma de chuva, neve, saraiva ou granizo.

Pluviosidade (chuva)

A chuva é a forma de precipitação mais comum e consiste na queda de água em estado líquido.

Tipos de Chuvas

A queda da chuva resulta de diversos processos dai que, tendo em conta esses processos podem identificar-se diversos tipos:
  • Chuvas convectivas
  • Chuvas orográficas
  • Chuvas ciclónicas.
Chuvas convectivas: são produzidas pela ascensão de massas de ar fortemente aquecidas. Ao subir, o ar expande-se e arrefece, até alcançar o ponto de saturação, formando-se, então, nuvens com um grande desenvolvimento vertical.
A chuva com esta origem costuma ser breve, mas abundante, em forma de fortes aguaceiros, e é, muitas vezes, acompanhada de granizo ou saraiva. São chuvas características das regiões equatoriais.

Chuvas orográficas: são produzidas pela ascensão do ar ao longo das vertentes das montanhas expostas aos ventos húmidos. Este tipo de chuvas é característico das zonas montanhosas da Ásia Meridional e Oriental, sujeitas monção marítima de Verão.

Chuvas ciclónicas: são produzidas pela ascensão do ar húmido nas zonas de baixa pressão, para onde convergem as massas de ar. Se estas apresentam acentuado contraste de temperatura e humidade, estabelecem-se superfícies de descontinuidade ou superfícies frontais, mais ou menos inclinadas, que favorecem a subida do ar mais quente sobre o ar frio, criando-se as condições para a precipitação.

Este tipo de chuva, também designado por chuva frontal, é característico das regiões temperadas, onde é grande a instabilidade atmosférica, e das regiões tropicais, onde se originam os furacões e os tufões.

Nas zonas temperadas, do lado ocidental dos continentes, as chuvas caem durante todo o ano, reduzindo no Inverno. São de origem ciclónica e as vezes orográficas. Por causa do relevo, as regiões do interior têm escassez de chuva.
Nas zonas polares, a precipitação cai em forma de granizo e neve, distribuídas irregularmente ao longo do ano.

Granizo e saraiva

Quando as correntes ascendentes são muito fortes, ocorre condensação no interior das nuvens e formam-se cristais de gelo, na parte superior da nuvem, que crescem rapidamente ao caírem e chocarem com as gotas de água em fusão. Formam-se, deste modo, grãos de gelo, de dimensões variáveis que constituem o granizo com diâmetro inferior a 5 mm e saraiva quando o diâmetro é superior a 5 mm.

Neve

A agregação de pequenos cristais de gelo dá origem a flocos que, ao caírem, constituem a neve. A neve ocorre quando, em todo o percurso atravessado pelos cristais de gelo até ao solo, a temperatura é inferior a 0 °C.

A neve é frequente em regiões de elevada latitude e nas montanhas altas, podendo cobrir o solo com vários metros de espessura por alguns dias.
Nas regiões montanhosas é responsável pela escorrência da água nas vertentes.

A partir de uma certa altitude, a neve torna-se permanente. Essa altitude das neves perpétuas é, porém, variável de acordo com a latitude. Nas baixas latitudes, as neves perpétuas formam-se a grande altitude (p. e. à latitude 00, a linha de neve situa-se a cerca de 5 500 m - Kilimanjaro). Já nas latitudes médias (cerca de 280), a linha de neve situa-se por volta de 4 900 m - Everest) e entre 70 900 de latitude, nas zonas frias, a linha de neve coincide com o nível das águas do mar, ou seja, superfície.

Orvalho

Nem sempre a condensação ocorre em altitude. Em algumas vezes, a temperatura junto à superfície baixa de tal modo que propicia a condensação.
    Quando uma baixa considerável da temperatura leva a que se formem gotículas de água nas folhas de planta e outras superfícies expostas ao ar húmido, particularmente nas noites límpidas e depois de uma forte irradiação, forma-se o orvalho através da condensação. Este fenómeno proporciona água necessária ao desenvolvimento das plantas.
    Quando a condensação se dá à superfície a temperaturas inferiores a O oc formam-se, sobre o solo e objectos expostos, cristais de gelo a que se dá o nome de geada. A geada é um fenómeno prejudicial ao desenvolvimento das plantas.

Distribuição da pluviosidade

As condições para a ocorrência de nuvens e de pluviosidade não são as mesmas em todos os locais, o que explica que algumas regiões registem maiores precipitações do que outras.
A pluviosidade é mais intensa nas zonas de baixas latitudes e vai progressivamente diminuindo com o aumento da latitude apesar das descontinuidades que se verificam nas zonas desérticas quentes e frias. Na zona do equador chove quase todos os dias; nas zonas tropicais, as chuvas são intensas no período do Verão.

Nas zonas subtropicais, da margem ocidental dos continentes, as chuvas, de origem ciclónica, concentram-se no Inverno. Nas zonas subtropicais, especialmente na faixa oriental dos continentes, registam-se chuvas de tipo ciclónico.

Ciclo da água

O ciclo de água ou ciclo hidrológico é um fenómeno natural em que uma parte significativa da água existente na Terra se encontra em circulação permanente.
Neste processo a água existente superfície e nas plantas e animais é enviada para a Atmosfera em forma de vapor. Na Atmosfera, o vapor de água condensa-se e volta a cair na superfície em estado líquido ou sólido.

Fig.1: Ciclo da água


Processos e importância do ciclo de água

O ciclo hidrológico é vital na medida em que contribui para a existência da biosfera, no equilíbrio térmico da Terra, garantindo as actividades agrícolas e a existência da pedosfera.
Este processo compreende as seguintes fases principais e processos:
  • Evapotranspiração: é o processo de evaporação das águas e a transpiração dos seres vivos (plantas e animais).
  • Condensação: é o processo pelo qual o vapor da água da Atmosfera passa para o estado líquido.
  • Precipitação: consiste no retorno da água à superfície terrestre em estado líquido ou sólido.

Bibliografia
  • WILSON, Felisberto. G11 - Geografia 11ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo, 2017.

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