Transportes (Moçambique), principais estradas, Rede ferroviária, Principais portos e Aeroportos de Moçambique

Transportes

Características gerais
O sector de transportes e comunicações constitui uma prioridade do Governo, uma vez que o movimento de pessoas e bens, por todos os cantos do país, é uma premissa para o desenvolvimento. Existem programas importantes de reabilitação de estradas, prevendo a ligação entre cidades, Vilas e povoações.

Durante o período colonial, o desenvolvimento da rede de transportes era efectuado segundo uma estratégia de serviços a partir dos países do hinterland, quer dizer, dos que não têm acesso directo ao mar. Depois da independência, e mais particularmente apos a independência do Zimbabwe, em 1980, esta estratégia foi desenvolvida e, posteriormente, consolidada com a instauração da democracia na Africa do Sul.

A situação geográfica de Moçambique confere-lhe um lugar privilegiado no domínio dos transportes em relação aos países vizinhos, tais como: Malawi, Suazilândia, Zâmbia e Zimbabwe.

Três corredores de transportes terrestres, a partir de três portos principais, Maputo, Beira e Nacala, ligam os países do hinterland e a parte nordeste da Africa do Sul ao oceano índico. Toda a política de transportes do país se desenrola em torno destes três portos.
  • a)    Corredor de Maputo
O corredor de Maputo compreende:
  • O porto de Maputo, com uma capacidade de 14 milhões de toneladas por ano, dotado de infra-estruturas e de equipamentos para a manutenção de contentores; dispõe de instalações especiais para o acondicionamento do petr61eo, ago e cimento.
  • Três redes ferroviárias ligando Maputo ao Zimbabwe (520 km), África do Sul (88 km) e à Suazilândia (74 km).
  • Duas estradas principais ligando Maputo ao Zimbabwe e África do Sul. Esta última, aberta em Margo de 2000, é a auto-estrada Maputo-Witbank, a primeira estrada com portagem em Moçambique.

  • b)    Corredor da Beira
Este corredor abarca:
  • O porto da Beira, com uma capacidade anual de 7,5 milhões de toneladas;
  • O oleoduto Beira-Machipanda (Zimbabwe), de 318 km;
  • Duas linhas férreas para o Zimbabwe e para a fronteira com o Malawi (linha de Sena);
  • Duas estradas principais para a província de Tete e para o Zimbabwe.

  • c)    Corredor de Nacala
Este corredor compreende:
  • O porto de Nacala;
  • Uma linha férrea para o Malawi (610 Km).

Nível de desenvolvimento da rede de transportes em Moçambique

O sistema de transportes de Moçambique é débil, sendo constituído maioritariamente por estradas terciárias, de terra batida, intransitáveis em grande parte do ano. Estas estradas distribuem-se por todo o território nacional, mas com major destaque nas províncias de Nampula, Zambézia, Tete e Sofala.

As estradas revestidas fazem a ligação entre as principais cidades, como é o caso da estrada nacional n.o 1, Maputo – Xai-Xai, Beira – Chimoio e Nampula – Nacala.

A rede ferroviária simboliza a herança colonial clássica de orientação Este-Oeste, cujo objectivo era escoar produtos do hinterland para as metrópoles.
O transporte aéreo não tem importância económica para os distritos.

Principais estradas

Moçambique possui uma rede rodoviária de 25 358 quilômetros de estradas classificadas.
As principais estradas do pais representam 15% do total e, conforme se referiu anteriormente, ligam os principais centros urbanos. Quase todas estas estradas estão localizadas ao longo do litoral. Assim, temos as estradas Maputo - Xai-Xai - Inhambane; Beira; Beira - Chimoio - Tete; Beira - Quelimane - Nampula; Nampula - Nacala.

Existem numerosas estradas secundárias e terciárias de grande importância local. Mocímboa da Praia - Mueda, Nampula - Angoche, Nampula - Malema, Lichinga - Litunde - Ruassi e Tete - Songo são alguns exemplos.

Actualmente reabilitam-se e constroem-se muitas estradas, com o intuito de dotar o pais de vias de comunicação que facilitem uma interligação de todos os distritos, por forma a escoar os produtos rapidamente e, assim, acelerar o desenvolvimento de Moçambique.

Rede ferroviária

A rede ferro-portuária do país está dividida em quatro regiões, a saber:
  • Caminhos-de-ferro de Moçambique-Sul;
  • Caminhos-de-ferro de Moçambique-Centro;
  • Caminhos-de-ferro de Moçambique-Norte;
  • Caminhos-de-ferro de Moçambique-Zambézia.

a)    Rede ferroviária dos CFM-Sul

Trata-se da maior e mais importante rede ferroviária do país. Esta rede é composta pelas seguintes linhas:
  • Linha do Limpopo ou de Chicualacuala – liga o porto de Maputo República do Zimbabwe. Tem uma extensão de 520 km, possui 12 estações e 19 apeadeiros.
  • Linha de Ressano Garcia – liga o porto de Maputo África do Sul, numa extensão de 88 km.
  • Linha de Goba – com um ramal que dá acesso às minas de calcário de Salamanga; liga o porto de Maputo vizinha África do Sul.
As Iinhas Moamba — Ungubane — Xinavane (93 km), Xai-Xai - Chicomo (90 km), Inhambane - Inharrime (90 km) e Manjacaze — Marao (50 km), actualmente em avançado estado de degradação e com pouca importância económica na região, praticamente não são utilizadas.

b)    Rede ferroviária dos CFM-Centro

Esta rede ferroviária comporta duas linhas principais:
  • A linha de Machipanda – que liga o porto da Beira ao Zimbabwe. Tem uma extensão de 318 km e ao longo dela existem 14 estações e 29 apeadeiros.
  • A Iinha de Sena – que nasce na estação de Dondo e cruza o rio Zambeze, através da ponte D. Ana.
Na estação de Vila Nova liga-se å rede ferroviária do Malawi. Esta linha tem um percurso de 577 km de comprimento. Apresenta alguns ramais.

c)    Rede ferroviária dos CFM-Norte

É uma rede composta pelas linhas de Nacala e de Lichinga. As duas linhas estão interligadas através do no ferroviário de Cuamba, situado a 533 km da cidade de Nacala.
  • Linha de Nacala – tem um comprimento de 610 km. Liga o porto de Nacala ao vizinho Malawi. Pela sua extensão, constitui a maior linha ferroviária do país.
  • Linha de Lichinga – tem uma extensão de 262 km de comprimento e, a partir da estação de Cuamba, sobe continuamente até à cidade de Lichinga, situada a 1 560 m de altitude.

d)    Rede ferroviária dos CFM-Zambézia

A linha Quelimane - Mocuba, com um comprimento de 145 km, serve o porto de Quelimane, escoando produtos do interior da Zambézia.


Fig.1: Caminhos de Ferro de Moçambique (Comboio)

Principais portos

  • a)    Porto de Maputo
Está localizado na zona interior da baia do Espírito Santo; tem um comprimento de 4329 m e é composto pelos cais de Maputo e da Matola. Este último, também conhecido por cais de Minérios, é composto pelos terminais de carvão, combustíveis, cereais e alumínio. A capacidade instalada de manuseamento anual é de 12 010 000 toneladas métricas.
O acesso ao porto de Maputo é feito através de dois canais.

  • b)    Porto da Beira
Localizado no estuário do rio Púnguè, como se viu anteriormente, serve os países do hinterland, nomeadamente, o Zimbabwe, a Zåmbia, o Malawi e a República Democrática do Congo, assim como o interior de Moçambique. O acesso ao porto é realizado através do canal de Macúti, com óptima navegabilidade durante todo o dia.
O porto tem uma capacidade instalada de manuseamento anual de 7 470 000 toneladas métricas.
  • c)    Porto de Nacala
É considerado um dos melhores portos naturais do continente africano. O acesso é feito através da baia de Nacala, que comunica com o oceano índico através da baia de Fernão Veloso, com uma profundidade de cerca de 60 m, o que lhe permite a demanda de qualquer tipo de navio.

O porto de Nacala tem uma capacidade instalada de manuseamento anual de 2 600 000 toneladas métricas.
Para além destes portos, existem no país portos de cabotagem, tais como os portos de Mocímboa da Praia, Pemba, Angoche, Pebane e Inhambane.

Cabotagem – é a navegação marítima ao longo da costa, especialmente entre portos do mesmo país.

Aeroportos de Moçambique

Moçambique tem actualmente:
  • Seis aeroportos internacionais – Maputo, Beira, Nampula, Chinagodze (Tete), Vilankulo e Pemba;
  • Quatro aeródromos principais – Vilankulos, Pemba, Quelimane e Lichinga;
  • Nove aeródromos secundários – Inhaca, Bilene, Inhambane, Songo, Angoche, Lumbo, Mocímboa da Praia, Chimoio e Ponta de Ouro.

Bibliografia
NONJOLO, Luís Agostinho; ISMAEL, Abdul Ismael. G10 - Geografia 10ª Classe. Texto Editores, Maputo, 2017.

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