Potência e acto

 4.1.3. Potência e acto

    Aristóteles recorre a duas noções fundamentais para explicar o dinamismo do ser: potência e acto.
      Entende-se por potência a possibilidade que uma matéria tem de vir a ser algo em acto; é o carácter dinâmico da matéria que lhe permite possuir um determinado modo de ser e que lhe confere a capacidade do devir. E assim que, por exempla, a farinha de trigo é, em potência, um pão ou um bolo, ou seja, possui a capacidade de vir a ser algo que antes não era. Da mesma forma, o algodão que o camponês produz ainda não é um tecido, contudo possui em si a potência, isto é, a possibilidade de vir a ser um tecido, uns calções, umas calças, ou outra coisa. Se estou sentado a escrever, posso levantar-me e esticar os braços. Se sou aprendiz de filosofia, posso ou não vir a ser um filósofo.
     Se a potência é a capacidade que permite ao ser mudar de actualidade, ou seja, o carácter dinâmico do ser, o acto é «o que faz ser aquilo que é», é o ser real, é o que o determina. Por isso, dizer que uma coisa está em acto é o mesmo que dizer que tal coisa tem actualidade ou existência, ou seja, que passou da potencia de ser algo ao acto de ser, Por exemplo, a camisa do teu uniforme está em acto, isto é, existe actualmente, já não é aquele simples tecido que era antes de ser costurada pelo alfaiate.
     Potência e acto são dois conceitos correlativos, pois, enquanto a potência explica a multiplicidade e a mudança, o acto explica a unidade do ser; enquanto a potência explica aquilo que a matéria ainda não é, mas pode vir a ser, o acto explica a sua real existência, o que a matéria já é efectivamente.

Vamos recordar...
— A potência é a possibilidade que uma matéria tem de vir a ser algo em acto.
— O acto é «o que faz ser aquilo que é», é o ser real, é o que o determina.
— O acto explica a unidade do ser, enquanto é e a potência explica o que matéria pode vir a ser.


Bibliografia
GEQUE, Eduardo; BIRIATE, Manuel. Filosofia 12ª Classe – Pré-universitário. 1ª Edição. Longman Moçambique, Maputo, 2010.

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