Intensidade da corrente eléctrica e sua unidade

Intensidade da corrente eléctrica e sua unidade

Num fio metálico condutor, os electrões livres não estão em repouso e, os seus movimentos são totalmente desordenados. Para orientá-los estabelece-se entre dois pontos desse condutor uma diferente potencial (ddp), que origina um campo eléctrico (E), responsável pela orientação do movimento desses electrões livres.

Considerando uma secção recta do condutor, por ela passa uma determinada quantidade de carga (Q) por unidade de tempo (Δt). Essa quantidade de carga Q, é constituída pelo número total de electrões (n) que nesse intervalo de tempo (Δt) atravessam a secção recta do condutor. Sendo assim, designamos por:

intensidade da corrente eléctrica (l) à quantidade de carga (Q) que atravessa uma secção recta do condutor em cada unidade de tempo (Δt).

e = 1,6.10-19 C

n – Número de electrões que passam pela secção recta do condutor.

Onde:

Q – Quantidade de carga, que passa pela secção do condutor em cada intervalo de tempo, medida em coulomb (C).

Δt – intervalo de tempo durante o qual a carga Q passa pela secção recta do condutor, medido em segundos (s).

I – Intensidade da corrente eléctrica, medida em coulomb por segundo (C/s). Esta unidade (C/s) recebe o nome de ampere (A), em homenagem ao físico francês André-Marie Ampere.

Muitas vezes, usamos os submúltiplos do ampere, tais como:

  • deci-Arnpere (dA): décima parte do ampere, isto é: 1 dA = 0,1 A = 10-1 A
  • centi-Ampere (cA): centésima parte do ampere, isto é: 1 CA = 0,01 A = 10-2 A
  • mili-Ampere (mA): milésima parte do ampere, isto é: 1 mA = 0,001 A = 10-3 A
  • micro-Ampere (μA): milionésima parte do ampere, isto é: 1 μA = 0,000001 A = 10-6 A.

Sentido real e convencional da corrente eléctrica

Nos condutores sólidos, como por exemplo nos metais, o sentido da corrente eléctrica é o sentido do movimento dos electrões no seu interior. Esse é o sentido real da corrente elétrica. O sentido real da corrente é contrário ao sentido do vector campo eléctrico que surge quando entre os extremos do condutor se estabelece uma diferença de potencial.

No estudo da Electricidade, entretanto, adopta-se um sentido convencional, que é o sentido que teria o movimento das cargas positivas, se elas se deslocassem. Esse sentido convencional da corrente corresponde ao sentido do campo eléctrico E no interior do condutor.

Fig. 1.23:  A – Sentido real da corrente; B – Sentido convencional.

Corrente eléctrica contínua e alternada

Uma corrente é considerada continua quando não altera o seu sentido, ou seja, é sempre positiva ou sempre negativa.

Para além disso, o valor numérico da corrente continua não varia. Por isso, podemos dizer que a corrente continua é constante em módulo, direcção e sentido.

O gráfico da intensidade da corrente continua em função do tempo é uma recta não variável, paralela ao eixo das abcissas (eixo onde se representa o tempo). Este tipo de corrente é geralmente encontrado em pilhas e baterias.

A área limitada pelo gráfico (área do retângulo) é numericamente igual quantidade de carga (Q) que num certo intervalo de tempo (Δt) atravessa o condutor.

Se, pelo contrário, durante o seu movimento, as cargas eléctricas se deslocarem, ora num sentido ora no sentido oposto, configurando um movimento tipo «vaivém», onde a intensidade da corrente e, também, a diferença de potencial, variam periodicamente com o tempo, então, a corrente eléctrica diz-se alternada. Quer dizer, a corrente alternada é um tipo de corrente que muda periodicamente de sentido. No nosso pais, a corrente alternada muda 120 vezes de sentido por segundo: dizemos que a corrente alternada em Moçambique, tem a frequência de 60 Hz.

Fig. 1.24 -  A – corrente contínua; B – corrente alternada.


Bibliografia

MENESES, João Paulo. F10 - Física 10ª Classe. Texto Editores, Maputo, 2017.

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