O papel das percepções, sensações, percepções, imagens no processo de ensino-aprendizagem

O papel das percepções, sensações, percepções, imagens no processo de ensino-aprendizagem

1. Percepção

De acordo com Bruner e Zelter (1994:48) citado por Rodrigues e Bila, a cognição realiza-se através de processos psíquicos cognitivos.

 Com este conceito se designam funções psíquicas que estão em relação com a recepção (percepção), armazenamento (memória) e processamento (pensar, e, em parte, também falar) de estímulos ou informações.

Originariamente, o processo de aquisição de conhecimentos começa com as sensações que nos dão a conhecer as características isoladas dos objectos e fenómenos que actuam sobre os órgãos dos sentidos.

Com efeito, quando nos confrontamos com a realidade os objectos, as coisas e os fenómenos actuam sobre os nossos órgãos de sentidos como estímulos e provocam o surgimento de sensações no cérebro.

As características das sensações

Elas resultam da actuação directa dos estímulos sobre os órgãos dos sentidos e dão-nos um conhecimento sensorial concreto.

É preciso observar que através dos órgãos dos sentidos, o indivíduo não só apreende as características isoladas dos objectos, isto é, tem sensações como também as reúne num todo único dando-as um significado, ou seja, tem percepção do objecto como todo único.

Ao apreender as características isoladas do quadro, isto é ter sensações de forma rectangular, a cor preta e o tamanho grande, o indivíduo considera o objecto como quadro.

A apreensão das características de quadro como um todo único no cérebro é a sua percepção. O quadro existe na realidade e no cérebro surge a percepção do quadro.

Como se pode ver, as percepções, também resultam, das actuações directa dos estímulos sobre os órgãos dos sentidos, dão-nos um conhecimento sensorial concreto.

Tanto as sensações, como as percepções surgem quando um estímulo actua sobre os órgãos do s sentidos do indivíduo. As percepções deixam sinais no cérebro.

A percepção do quadro, deixou uma imagem no seu cérebro, o que permite que reconheça o quadro, todos os dias quando entra na sala e não considere como um novo objecto.

Um dos mais famosos estudiosos do processo de percepção foi o alemão Immanuel Kant (1724-1804). Kant dizia que quando percebemos o que chamamos de objeto, encontramos os estados mentais que parecem compostos de partes e pedaços. Para ele, estes elementos são organizados de forma que tenham algum sentido, e não simplesmente por meio de processos de associação.

Durante o processo de percepção, a mente cria uma experiência completa. Assim, a percepção não é uma impressão passiva e uma combinação de elementos sensoriais, mas uma organização ativa dos elementos, de modo a formar uma experiência coerente.

A percepção é responsável pela significação da coisa ou do que é a coisa em si. Neste caso, se a essência das coisas é determinada mais pelo pensamento e emoção que pela percepção neurológica, esta (a essência das coisas) será sempre pessoal e individual, então o significado essencial das coisas será igualmente pessoal e individual. A imagem difere da percepção. Ela resulta de percepções surgidas anteriormente no cérebro como efectuada actuação directa dos estímulos. A imagem é plástica e não apresenta todos os detalhes, que a percepção nos dá. Note se que o ser humano também pode criar e combinar imagens formadas com base na percepção, como também criar imagens através da imaginação.

Mas afinal o que é um quadro?

O quadro é uma peça grande, rectangular de madeira, ou outro material duro, de cor preta ou verde na qual os professores escrevem usando giz.

Uma análise desta caracterização de quadro apresenta características sensoriais tais como, rectangular, grande, duro e cor preta, e chega a sua compreensão como um todo único, como quadro. Contudo, não se apresenta características de um quadro concreto, de uma determinada escola, ou de sala onde lecciona, trata se de características gerais mais essenciais de um quadro, trata-se do conceito de quadro.

O conceito é o reflexo de características mais gerais e essenciais no cérebro humano. O conceito não é concreto, é abstracto. Trata-se de um conhecimento conceptual, que se aperesenta sob a forma de linguagem, de definição. O conceito apresenta um conhecimento mais profundo sobre as coisas, objectos e fenómenos.

Como é que surgem as características gerais mais essenciais das coisas, dos objectos e dos fenómenos, os conceitos?

Por exemplo, o conceito do quadro resulta da observação de muitos quadros de diferentes dimensões, mas grandes, feitos de madeiras e outros materiais, pintados de cor preta ou verde, do facto de serem utilizados pelos professores para escrever. Foi a comparação de diferentes quadros que conduziu a descoberta das características comuns mais essenciais e a sua consequente classificação como quadro.

No início acriança pequena de dois anos não possui ainda conceitos. Ela pode considerar somente copo ao copo que utiliza.

Como se pode notar, os conceitos resultam de análise e da síntese, isto é resultam do pensamento.

As sensações, as percepções, as imagens e os conceitos são armazenados no cérebro através da memória.

Ernest Mach (1838-1916) afirma que as sensações do ponto de vista espacial e temporal e dizia que elas não dependiam dos elementos individuais, por exemplo, que a área do espaço de um círculo pode ser preta ou branca, grande ou pequena, mas ainda manterá a qualidade elementar circular. Ele dizia, ainda, que um objeto não muda, mesmo que modifiquemos nossa orientação em relação a ele. Assim, uma mesa será sempre uma mesa, mesmo se a olharmos de cima, de lado ou de qualquer outro ângulo. Da mesma forma um som será percebido da mesma forma, mesmo que tocado de maneira mais lenta ou rápida.

Segundo Rodrigues e Bila (s/a:184) as sensações, as percepções, as imagens, o pensamento, linguagem e a memória estão em estreita relação no processo de ensino-aprendizagem. Ao tratar os conteúdos, o professor promove actividades perceptiva que exige a observação directa dos objectos e fenómenos que servem de exemplos concretizadores e que conduzem a sensações e consequentes percepções.

As percepções vão resultar do relacionamento das partes num todo único e atribuição de um significado. A formação das percepções produz imagens dos respectivos objectos e fenómenos no cérebro.

Com base na comparação de diferentes características de coisas e fenómenos o aluno pode chegar àquelas características que são mais gerais e essenciais e que definem os objectos e fenómenos, aos conteúdos dos conceitos.

Os conceitos e as suas características são o produto do pensamento e manifestam se através da linguagem. As sensações, percepções e conceitos formados sobre as coisas e fenómenos ficam armazenados no cérebro através da memória, que vai permiti8r a sua evocação quando necessário.

Procedimentos do pensamento no processo de ensino-aprendisagem

1.Pensamento

 De acordo com Rodrigues e Bila O pensamento é um processo de análise e síntese. Para a melhor compreensão deste conceito, vamos definir o conceito de análise como o processo de composição mental de um todo em partes para descobrir suas características, e o de síntese como o processo de reunião mental das partes para descobrir suas relações e características mais gerais e essenciais.

O processo de análise e síntese realiza-se através de acções mentais como por exemplo:

  • Separação das partes do todo;
  • Descoberta das características das partes;
  • Comparação;
  • Generalização;
  • Classificação;
  • Concretização.

Abstracção conduziu à consideração das características tais como: “crescer no ventre materno” e “alimentar-se de leite nos primeiros dias de vida”, como características de boi, do leião e da baleia ignorando as demais.

Generalização que permite chegar à conclusão que o boi, o leião e a baleia são animais que se caracterizam por se alimentar em de leite nos primeiros tempos de vida.

Classificação conduzirá à designação dos animais que “crescer no ventre materno” e “alimentar-se de leite nos primeiros dias de vida” como mamíferos, isto é, trata-se da formação do conceito mamífero.

Concretização consistirá em partir do conceito mamífero e incluir um elemento desta classe ainda não estudado, a partir das características apresentadas. Depois de chegar à classificação, ao conceito de mamífero perante a apresentação do animal coelho e sua respectiva análise, o indivíduo poderá classifica-lo como mamífero.

Na descrição das acções mentais através das quais se realizam a análise e síntese, verifica-se que a análise decorre através da separação das partes do todo, da descoberta das características das partes e de comparação, enquanto a síntese efectua-se abstracção, generalização e classificação. A concretização vai exigir a análise e síntese. Com efeito o pensamento é um processo de análise e síntese.

1.2. Procedimentos do pensamento

Trata-se de um procedimento de pensamento que se designa-se de indução, o qual permite partir de um caso ou acasos particulares para se chegar a conclusão geral. Através da indução é possível conduzir os alunos a chegar a conceitos, leis, princípios, compreensão de procedimentos.

1.2.1. Dedução

Trata-se aqui do procedimento do pensamento que se designa de dedução. A dedução consiste em partir de uma formulação geral e concluir sobre um caso ou casos particulares.

No caso de classificação o coelho como mamífero, o aluno parte de formulação geral de que “os mamíferos se alimentam de leite nos primeiros dias de vida ” e que o coelho também se alimenta de leite nos primeiros dias de vida, para conclui que o coelho ‘e um animal mamífero.

A indução e dedução são dois procedimentos do pensamento. A indução e dedução também se designam de formas de raciocínio. Que o aluno utiliza para chegar aos conhecimentos. Cabe ao professor organizar actividades para conduzir o aluno a induzir ou deduzir e, deste modo chegar a conhecimentos, de acordo com os conteúdos a tratar.

2. Tipos de Percepção

O estudo da percepção distingue alguns tipos principais de percepção. Nos seres humanos, as formas mais desenvolvidas são a percepção visual e auditiva, pois durante muito tempo foram fundamentais à sobrevivência da espécie (A visão e a audição eram os sentidos mais utilizados na caça e na protecção contra predadores). Também é por essa razão que as artes plásticas e a música foram as primeiras formas de arte a serem desenvolvidas por todas as civilizações, antes mesmo da invenção da escrita. As demais formas de percepção, como a olfactiva, gustativa e táctil, embora não associadas às necessidades básicas, têm importante papel na afectividade e na reprodução. Além da percepção ligada aos cinco sentidos, os humanos também possuem capacidade de percepção temporal e espacial.

2.1. Percepção visual

O triângulo de Kaniza demonstra o princípio do fechamento. Tendemos a ver um triângulo branco sobreposto à figura, como uma figura completa e fechada, embora ele só seja sugerido por falhas nas demais formas que compõem a figura.

A visão é a percepção de raios luminosos pelo sistema visual. Esta é a forma de percepção mais estudada pela psicologia da percepção. A maioria dos princípios gerais da percepção foi desenvolvida a partir de teorias especificamente elaboradas para a percepção visual. Todos os princípios da percepção citados acima, embora possam ser extrapolados a outras formas de percepção, fazem muito mais sentido em relação à percepção visual. Por exemplo, o princípio do fechamento (ver figura ao lado) é melhor compreendido em relação a imagens do que a outras formas de percepção.

A percepção visual compreende, entre outras coisas:

  • Percepção de formas;
  • Percepção de relações espaciais, como profundidade. Relacionado à percepção espacial;
  • Percepção de cores;
  • Percepção de intensidade luminosa;
  • Percepção de movimentos.

2.2. Percepção auditiva

A audição é a percepção de sons pelos ouvidos. A psicologia, a acústica e a psicoacústica estudam a forma como percebemos os fenómenos sonoros. Uma aplicação particularmente importante da percepção auditiva é a música. Os princípios gerais da percepção estão presentes na música. Em geral, ela possui estruturação, boa-forma, figura e fundo (representada pela melodia e acompanhamento) e os géneros e formas musicais permitem estabelecer uma constância perceptiva.

Entre os factores considerados no estudo da percepção auditiva estão:

  • Percepção de timbres;
  • Percepção de alturas ou frequências;
  • Percepção de intensidade sonora ou volume;
  • Percepção rítmica, que na verdade é uma forma de percepção temporal;
  • Localização auditiva, um aspecto da percepção espacial, que permite distinguir o local de origem de um som.

2.3. Percepção olfactiva

Olfacto é a percepção de odores pelo nariz. Este sentido é relativamente ténue nos humanos, mas é importante para a alimentação. A memória olfactiva também tem uma grande importância afectiva. A perfumaria e a enologia são aplicações dos conhecimentos de percepção olfactiva. Entre outros factores a percepção olfactiva engloba:

  • Discriminação de odores, que estuda o que diferencia um odor de outros e o efeito de sua combinação;
  • O alcance olfactivo.

Em alguns animais, como os cães, a percepção olfactiva é muito mais desenvolvida e tem uma capacidade de discriminação e alcance muito maior que nos humanos.

2.4. Percepção gustativa

O paladar é o sentido de sabores pela língua. Importante para a alimentação. Embora seja um dos sentidos menos desenvolvidos nos humanos, o paladar é geralmente associado ao prazer e a sociedade contemporânea muitas vezes valoriza o paladar sobre os aspectos nutritivos dos alimentos.

A arte culinária e a enologia são aplicações importantes da percepção gustativa. O principal factor desta modalidade de percepção é a discriminação de sabores.

2.5. Percepção táctil

O tacto é sentido pela pele em todo o corpo. Permite reconhecer a presença, forma e tamanho de objectos em contacto com o corpo e também sua temperatura. Além disso o tacto é importante para o posicionamento do corpo e a protecção física.

O tacto não é distribuído uniformemente pelo corpo. Os dedos da mão possuem uma discriminação muito maior que as demais partes, enquanto algumas partes são mais sensíveis ao calor. O tacto tem papel importante na afectividade e no sexo. Entre os factores presentes na percepção táctil estão:

  • Discriminação táctil, ou a capacidade de distinguir objectos de pequenos tamanhos. (Importante, por exemplo, para a leitura em Braille);
  • Percepção de calor;
  • A percepção da dor.

2.6. Percepção temporal

Não existem órgãos específicos para a percepção do tempo, no entanto é certo que as pessoas são capazes de sentir a passagem do tempo. A percepção temporal esbarra no próprio conceito da natureza do tempo, assunto controverso e tema de estudos filosóficos, cognitivos e físicos, bem como o conhecimento do funcionamento do cérebro (neurociência).

A percepção temporal já foi objecto de diversos estudos desde o século XIX até os dias de hoje, quando é estudado por técnicas de imagem como a ressonância magnética. Os experimentos destinam-se a distinguir diferentes tipos de fenómenos relevantes à percepção temporal:

  • A percepção das durações;
  • A percepção e a produção de ritmos;
  • A percepção da ordem temporal e da simultaneidade.

Resta saber se estes diferentes domínios da percepção temporal procedem dos mesmos mecanismos ou não e também algumas novas considerações que decorrem da escala de tempo utilizada. Segundo o psicólogo francês Paul Fraisse, é preciso distinguir a percepção temporal (para durações relativamente curtas, até alguns segundos) e a estimativa temporal que é designada como a apreensão de longas durações (desde alguns segundos até algumas horas). Estes factores envolvem ainda os ciclos biológicos, como o ritmo circadiano.

2.7. Percepção espacial

Assim como as durações, não possuímos um órgão específico para a percepção espacial, mas as distâncias entre os objectos podem ser efectivamente estimadas. Isso envolve a percepção da distância e do tamanho relativo dos objectos. A razão para separar a percepção espacial das outras modalidades repousa no fato de que aparentemente a percepção espacial é supra-modal, ou seja, é compartilhada pelas demais modalidades e utiliza elementos da percepção auditiva, visual e temporal. Assim, é possível distinguir se um som procede especificamente de um objecto visto e se esse objecto (ou o som) está aproximando-se ou afastando-se. O lobo parietal do cérebro representa um papel importante neste tipo de percepção.

3. Distinção entre sensação e percepção

A percepção é um processo cognitivo através do qual contactamos com o mundo, que se caracteriza por exigir a presença da realidade a conhecer. Pela percepção, organizamos e interpretamos as informações sensoriais. Por isso, a percepção começa nos órgãos receptores (sensoriais) que são sensíveis a estímulos específicos. Ao processo de detecção e recepção dos estímulos recebidos chama-se sensação.

Enquanto as sensações são meras traduções, captações de estímulos, a percepção exige um trabalho de análise e síntese. Enquanto a sensação é a experiência simples dos estímulos, a percepção envolve a interpretação das informações sensórias recebidas.

3.1. Caracterizar percepção

A percepção é um processo cognitivo através do qual contactamos com o mundo, que se caracteriza por exigir a presença da realidade a conhecer. Pela percepção, organizamos e interpretamos as informações sensoriais. Por isso, a percepção começa nos órgãos receptores (sensoriais) que são sensíveis a estímulos específicos.

A percepção é uma actividade cognitiva que não se limita ao registo da informação sensorial, implica a atribuição de sentido, que remete para a nossa experiência. As percepções resultam de um trabalho árduo de análise e síntese por parte do cérebro, destacando o seu carácter activo e influenciado pelos conhecimentos, experiências, expectativas e interesses do sujeito.  

3.2. Reconhecer o carácter subjectivo da percepção

A nossa percepção do mundo é subjectiva, na medida em que percebemos o meio que nos rodeia em função dos nossos conhecimentos adquiridos, necessidades, interesses, valores, expectativas e experiências passadas. É importante perceber que não percepcionamos de uma forma neutra e objectiva, mas antes individual, parcial e subjectiva. E é devido a esta última característica que a percepção nos permite antecipar acontecimentos e prever comportamentos, o que nos permite prepararmo-nos para eles.

Por outro lado, a motivação e os estados emocionais de cada um têm grande influência na percepção que o indivíduo tem da realidade numa dada situação, por exemplo, o nervosismo e o medo implicam, regularmente, uma distorção e ampliação de factos que nos é incontrolável.

Também o interesse que os acontecimentos e assuntos nos despertam é importante para a percepção já que os estímulos perceptivos são seleccionados pela nossa atenção e, por isso, tendemos a adquirir mais conhecimentos nas áreas que mais nos fascinam.

Por fim, a subjectividade nota-se nas expectativas. Estas afectam as nossas percepções levando-nos, frequentemente, à ilusão e consequente desilusão.

2.8. Percepção social

Percepção social é o processo que está na base das interacções sociais, ou seja, o modo como conhecemos os outros, analisamos os seus comportamentos e entendemos os seus perfis. É o modo como percepcionamos as situações sociais e o comportamento dos outros que orienta o nosso próprio comportamento. Por isso, podemos afirmar que a percepção social está inteiramente relacionada com os grupos sociais, a cultura e o contexto social do indivíduo.

A predisposição perceptiva mostra-nos que os indivíduos e os grupos sociais atribuem significados particulares à realidade física, reconstruindo-a e, muitas vezes, percebendo situações de modo diferente. Um exemplo disso, é o efeito dos estereótipos e dos preconceitos na percepção.

Bibliografia

LIMA, S. L, Introdução à Cognição. 2005.

RODRIGUES, A. & BILA, L. V. Módulo de Psicologia de Desenvolvimento e de Aprendizagem. Maputo. Universidade Pedagógica. S/d.

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