Constituição anatómica do olho

Constituição anatómica do olho

É fácil notar que o olho pode-se representar como uma câmara escura com uma abertura na parte da frente. Essa abertura é designada de pupila. É através desta que a luz penetra no olho.

Se a luz for forte esta diminui de tamanho, isto é, afina-se enquanto que se for fraca tende a aumentar de tamanho para admitir a entrada no máximo da luz.

Experiência

Tente perceber os objectos numa luz florescente forte. Diminua depois a intensidade da luz. Não lhe parece que tentou abrir mais os olhos para perceber o que lhe circunda. É pois neste processo que a pupila aumenta do seu tamanho.

Outra constatação comum pode ser encontrada nos gatos. Tente olhar para a pupila de um gato durante o dia. O que pode notar? A pupila tomou a forma de uma pequena tira. Tente à noite e com ajuda de uma lanterna focalizar sobre os olhos do gato. O que pode notar? De certeza que notou que a pupila aumentou de tamanho devido a ausência da luz.

Com esta experiência podemos chegar à conclusão de que a pupila aumenta quando a luz for fraca e diminui quando esta for muito intensa.

A íris é um pequeno disco colorido que circunda a pupila cuja função é controlar o tamanho desta. Você de certeza deve ter notado que em algumas pessoas a cor da íris é castanha, negra, e em algumas raças como em indivíduos de raça branca principalmente os loiros a íris pode ser de cor azul ou mesmo verde. Também existem indivíduos de raça negra que possuem olhos azuis ou verdes.

O olho também possui uma membrana chamada córnea que cobre a parte visível deste. A córnea protege o olho e tem a função de ajudar a focalizar os eventos do campo visual. Estes eventos são depois orientados em direcção à retina que constitui a superfície posterior do olho.

Outra componente não menos importante do olho é a lente. Esta componente tem como sua principal função participar na focalização das imagens visuais na retina. A retina pode tomar formas diferentes. Por exemplo torna-se espessa para uma visão de perto e quando se trata de uma visão de longe ou em repouso ela fica delgada ou chata.

Quanto mais velha a pessoa for a lente também perde a elasticidade tornando-se difícil de focalizar os objectos mais próximos. Você tem notado que pessoas mais velhas quando estão lendo um livro normalmente afastam-no dos olhos porque não conseguem discernir as letras de perto devido à fraca elasticidade da própria lente. Precisam então de usar óculos para lhes ajudar a perceber as características das letras.

A retina é uma substância composta de várias camadas de células que incluem bastões, cones e neurónios sensoriais. Dependendo da forma como as ondas luminosas se movem, elas são focalizadas na retina invertidas da direita para esquerda e de cabeça para baixo. Os bastões e cones constituem receptores que reagem à penetração da luz visível. Os bastões e cones transmitem os impulsos nervosos para os neurónios sensoriais da retina sempre que haja raios de luz suficientemente intensos.

Os axônios desses neurónios sensórias formam um feixe que permite por sua vez a formação de um nervo óptico ligando o olho aos diferentes centros do cérebro. Sabe-se que cada olho contém aproximadamente 120 milhões de bastões e cerca de sete milhões de cones.

Os cones e bastonetes são receptores de luz que se localizam na camada interna da retina e que permitem a passagem desta. O nome de cones e bastonetes foi lhes atribuído devido a sua forma. Os bastonetes são alongados e os cones são mais curtos e grossos. Os cones são receptores visuais especializados que representam um importante papel na visão diurna e na visão em cores (Weyten, 2002). Eles permitem que o indivíduo seja capaz de ver durante o dia e distinguir as cores dos objectos. Contudo os cones não respondem bem à luz fraca.

Os cones concentram-se fundamentalmente no centro da retina declinando rapidamente a sua densidade em direcção a preferia desta. No centro da retina existe um pequeno ponto chamado de fóvea. É sobre este ponto que a acuidade visual (capacidade de distinguir as características dos objectos através da visão) se concentra. Quando em certa altura o indivíduo quer distintamente ver uma coisa move os olhos centralizando a fóvea sobre o objecto da visão. Este truque é usado pelos astrónomos para ver os astros menos iluminados. Por exemplo uma estrela apagada (ou um outro objecto que esteja pouco iluminado), que não se possa ver quando se olha directamente, poder-se-ia ver a mesma estrela ou objecto olhando-a ligeiramente de lado, quer dizer, focalizando-a sobre os bastões mais sensíveis.

Os bastonetes são receptores visuais especializados que representam um papel importante na visão nocturna e na visão periférica (Weyne, 2002). Quando a luz é bastante forte nós não conseguimos ver precisamente porque essa capacidade é ofuscada pelos bastonetes. A escuridão tem uma característica peculiar de falta de luz. Os bastonetes são pois mais sensíveis à falta de luz do que os cones. Por serem mais numerosos que os cones eles lidam mais com a visão periférica. A sua densidade é maior do lado do foco da fóvea e diminuem gradualmente em direcção a periferia da retina. Por causa desta distribuição dos bastonetes se o indivíduo pretende olhar par um objecto que não está bem iluminado, deve olha-lo um pouco acima ou um pouco abaixo do local onde esse mesmo objecto deveria estar.

Os movimentos do olho na altura da percepção e o processamento da informação

Quando o olho tenta captar o objecto da atenção fá-lo emitindo pequenos tremores, rápidos e involuntários designados de nistagmos. A órbita também se movimenta de uma posição para outra cujos movimentos são designados de sacádicos. Os movimentos incessantes do olho permitem a formação duma imagem na retina aproximadamente três a cinco vezes cada segundo. Os movimentos possibilitam a retina caracterizar amplamente o objecto de modo a que possamos nitidamente os seus detalhes. Os movimentos executados pelo olho são involuntários, quer dizer ocorrem fora da nossa consciência. Por isso a impressão que nos temos às vezes é de que olhamos fixamente o objecto sem contudo movimentar os olhos. Apenas os movimentos mais salientes é que são percebidos.

Os movimentos incessantes do olho permitem a formação de uma imagem na retina e caracterizar nitidamente o objecto de modo a que os seus detalhes sejam percebidos.

Um dos aspectos importantes na percepção visual não só, é facto de incluir tanto o armazenamento como o processamento da informação que é sucessivamente recebida pela retina.

Deve-se lembrar dos capítulos anteriores que a função dos neurónios é de transduzir a energia levando e trazendo imagens ao cérebro. No caso dos neurónios da retina eles processam a informação sobre a cor do objecto, sua forma, detalhe contorno e movimento dependendo do animal. O que quer dizer que certos animais não processam determinado tipo de informação.

Alguns cientistas tentaram através de experiências demonstrar que a rã processava informação limitada. Davidoff (1980) cita experiências feitas com rãs por uma equipa do Instituto de Tecnologia de Massachussets dirigida por Jeronme Lettvin no final da década de 50, no século passado.

Foram apresentadas vários estímulos visuais tais como linhas, pontos e xadrez a rãs imobilizadas. Através de eléctrodos inseridos nos nervos ópticos das rãs mediram o que o cérebro destas lhes dizia. A que conclusões chegaram estes cientistas? As células da retina da rã parecem detectar apenas cinco informações distintas por mais complexo que seja o evento.

Estas informações são encaminhadas pelas fibras do nervo óptico ao principal nervo visual da rã conhecido por tectum. Por outro lado, os chamados de detectores da extremidade apenas reagem à fronteira entre as regiões das extremidades claras e escuras. Pensa-se que estas são úteis para determinar os contornos dos objectos ao redor da rã.

Os detectores de extremidade móvel captam informações sobre o movimento das fronteiras e os de escurecimento fazem o registo da obscuridade que ocorrem quando descem sombras sobre o campo visual da rã. Os detectores escuros reagem as mudanças graduais de intensidade da luz. Quanto mais escuro mais as fibras se tornam activas. Os detectores de extremidade convexa e móvel reagem quando uma fronteira escura e curva se movimentam e permitem a que a rã capture insectos voadores.

Em jeito de resumo pode-se dizer que o olho da rã esta programado desde a sua nascença a detectar e analisar a informação que é recebida ao seu redor e extrair depois a informação necessária para a sua sobrevivência.

Essa informação é enviada ao cérebro onde depois é processada. A semelhança da rã os pombos detectam também um número limitado de informações. A limitação da informação bombeada para o cérebro afigura-se muito importante porque impede a que o cérebro seja inundado de dados e concentra o organismo apenas nos estímulos necessários para a sua sobrevivência.

A limitação da informação bombeada para o cérebro afigura-se muito importante porque impede a que o cérebro seja inundado de dados e concentra o organismo apenas nos estímulos necessários para a sua sobrevivência.

Referências bibliográficas

ALÍPIO, Jaime da Costa; VALE, Manuel Magiricão. Psicologia Geral. EaD – Universidade Pedagógica, Maputo: S/d.

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