Textos de pesquisa de dados: A Referência Bibliográfica
Textos de pesquisa de dados: a referência bibliográfica
Os meios de comunicação estão em constante evolução. Cada
vez mais modernos e inovadores, permitem a livre circulação de informação,
bastando um clique, no caso da Internet, por exemplo, para que tenhamos acesso
a artigos sobre qualquer tema. No entanto, independentemente do tipo de fonte
utilizada para recolher dados – Internet, jornais, revistas, livros, programas
de televisão ou rádio –, devem indicar-se sempre os locais de onde a informação
foi retirada. Isso é possível a partir do registo das fontes. Para que o
registo fosse prático, de fácil percepção e de abrangência universal, a
comunidade intelectual adoptou formas fixas para a sua redacção – as referências
bibliográficas –, embora possam ocorrer pequenas variantes que definem uma
identidade nacional ou institucional.
Nesta unidade, irás aprender a fazer referências bibliográficas.
Estudarás também a conjunção pois e algumas expressões de intensidade.
1. Referências bibliográficas
A palavra «bibliografia» deriva dos termos «biblos»,
que diz respeito ao «livro», e «grafia», que significa «escrita».
Actualmente, o termo «bibliografia», no seu sentido amplo, refere-se à
ciência que trata da história, descrição e classificação de livros.
Noutra acepção, significa inventário metódico de livros.
No âmbito do nosso estudo, consideramos a significação que diz respeito à relação
das obras, documentos e outras fontes, orais ou escritas, consultadas pelo
autor de um trabalho de pesquisa. (Dicionário Michaelis – UOL, s/d).
As referências bibliográficas são indispensáveis, pois
provam as fontes da pesquisa e permitem a sua identificação, evitando situações
de plágio ou de suspeita de plágio.
A relação das obras consultadas deve ser apresentada por
ordem alfabética, no final do trabalho.
Nas bibliotecas, as referências bibliográficas são
frequentemente usadas em fichas bibliográficas — pequenos cartões
organizados num ficheiro, com vista a facilitar a identificação de uma obra
pelo pesquisador e, posteriormente, pelo bibliotecário, mediante um código
concebido pela instituição, que fica estampado na ficha.
As referências bibliográficas encontram-se ainda, embora
mais raramente, em fichas de leitura inseridas em livros (cartões de
tamanho A5 que contem resumos da obra). O resumo nelas contido ajuda o leitor
na apreensão do conteúdo geral da obra.
Actualmente, a ficha de leitura é muito usada por
estudantes para fazerem o resumo de fichas de apoio e de livros. (Observa um
modelo de ficha de leitura na unidade 12).
Ao fazer uma referência bibliográfica, é importante
consultar, no fim da obra, a ficha técnica – conjunto de elementos
envolvidos na produção do livro e que servem para a identificar: o autor do
livro, o autor da capa, o ilustrador, o revisor, o número de tiragem, a
editora, edição, o local e a data de impressão e os responsáveis pelo arranjo gráfico.
Uma referência bibliográfica pode apresentar:
- Elementos essenciais, isto é, informações indispensáveis à identificação da obra, nomeadamente: o(s) autor(es), o título, o número da edição, o local, o nome da editora ou produtora e a data de publicação ou produção;
- Elementos complementares, ou seja, informações que permitem caracterizar melhor a obra, complementando os essenciais: o subtítulo, o número de páginas ou volumes, títulos e números de capítulos.
Observa um exemplo de referência bibliográfica:
MAZIVE, A.; BOANE, S.; ZANDAMELA, A. O Saber dos Mãos –
Ofícios 7ª Classe, 2ª Ed., Maputo, Longman Moçambique Lda., 2004.
Regras de redacção de referências
de um livro
• Autor: Escreve-se primeiro o apelido em letras maiúsculas
e depois o(s) nome(s), que pode(m) ser abreviado(s). Exemplo: JUMA, A. L.
No caso de um apelido composto, apresenta-se primeiro o penúltimo
nome. Por exemplo, para um autor de nome Manuel Silva Gomes, teríamos: SILVA GOMES,
Manuel.
Quando os autores são mais de três, escreve-se o nome do
primeiro e a expressão «et al.» (que, em latim, significa «e outros»). Exemplo:
MUHATE, Simião et al., Regras de Comunicação.
• Título: Destaca-se sempre, em itálico, ou em
negrito (bold), ou sublinhado, dependendo das normas dos regulamentos
institucionais, geralmente com maiúsculas. Exemplos:
DUARTE, Stela C. M., Avaliação
do Aprendizagem em Geografia...
MENDONÇA, Fátima. Literatura
Moçambicana: A História e as Escritas...
CUMBE, Graça et al., Saber História
9...
• Edição: Indica-se a edição a partir da segunda em
diante, abreviando-a em ed. Exemplo: 2ª ed.; 3ª ed.
• Local: Preferencialmente, escreve-se o nome da
cidade. Quando o local não consta na obra, escreve-se s/l ou s.l.,
que significa «sem local».
• Editora: Quando a editora não consta na obra,
escreve-se s/e ou s.e., que significa «sem editor».
• Data de publicação: Escreve-se o ano apenas.
Quando este dado não consta na obra, escreve-se s/d ou s.d. que
significa «sem data».
• Volume: É um dado complementar. Escreve-se de
forma abreviada: vol. Exemplo: Vol. II.
• Página: Quando se refere a uma página apenas, escreve-se påg. ou
p.; quando se refere a um intervalo continuo de páginas consultadas, escreve-se
pp., que significa da página x à página y. Exemplo: pp. 12-65.
• Casos particulares:
— O caso de uma instituição
Formato: Nome da instituição, título do livro, local de edição,
editora, ano de publicação.
Exemplo: INDE, Questões linguísticos, Maputo, INDE,
1998.
— O caso de um capítulo de um livro
Formato: Autor do capítulo, «titulo do capiíulo», palavra in,
nome do autor do livro, título do livro (subtítulo), edição,
local de publicação, editora, número do volume, ano, páginas inicial e final do
capítulo.
Exemplo: BUENDIA, M., «Democracia, Cidadania e Educação»,
in MAZOLA, B., Eleições, Democracia e Desenvolvimento, 2ª ed., Maputo,
Livraria Universitária – UEM, 1995, pp. 343-374.
Bibliografia
MACIE, Filipe Virgílio. Pré-universitário – Português 11ª Classe. 1ª Edição. Longman Moçambique, Maputo, 2009.
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