Tipos de pensamento
Tipos de pensamento
O processo de
pensamento actua de diversas formas. Diferentes indivíduos podem também
evidenciar diferentes tipos de pensamento. No inicio da nossa discussão sobre o
pensamento afirmamos que o pensamento ocorre sob forma de imagens segundo os
resultados de pesquisas realizadas. Isto quer dizer que ao pensamos sobre um
objecto ou fenómeno este é representado sob forma de imagem. Para
compreendermos como decorre o processo de pensamento importa referirmos sobre
alguns dos tipos de pensamento mais conhecidos:
Pensamento visual
figurativo, pensamento abstracto, pensamento reprodutivo e pensamento criador.
Pensamento
Visual-Figurado
Este tipo de
pensamento baseia-se nas representações (gravuras, modelos, etc.) e permite a
que o indivíduo possa reflectir de uma forma diversificada a realidade dos
objectos. Este tipo de pensamento é mais comum em crianças em idade pré-escolar
(entre os quatro e sete anos de idade). As crianças nesta idade ainda não
dominam as noções e o pensamento encontra-se ainda ligado às acções práticas
uma caracteristica peculiar de desenvolvimento das crianças em idade préescolar.
Pensamento
Abstracto
No pensamento
abstracto o indivíduo não só usa imagens mentais como pressuposto básico para a
resolução de problemas ou para descrever as características dos objectos ou
fenómenos. Ele usa conceitos abstractos, isto é, abstrai-se dos modelos e das
gravuras usando também o processo verbal. Imaginemos que você pensa sobre um
assunto por exemplo em química ou matemática. Você vai utilizar noções e
conceitos abstractos, vai dar nomes aos fenómenos mesmo que não seja possível
observa-los.
A aquisição de
conceitos e noções abstractas ocorre num determinado período de desenvolvimento
da criança (veja os estádios de desenvolvimento de Piaget).
Pensamento
Criador
O pensamento criador
consiste sobretudo em conjugar elementos que normalmente são tidos como
independente, isto é, que não pertençam ao conjunto de características do
objecto ou fenómeno objecto do nosso pensamento para com eles produzir algo de
novo. O pensamento criador ou inovador é muito importante porque permite
imaginar sobre coisas novas que não existem no fenómeno objecto do nosso
pensamento. Os cientistas usam muito o pensamento criador para fabricar
objectos novos.
Raciocínio
Uma das formas do
pensamento é o raciocínio. O raciocínio é uma operação mental que faz
inferências de novos conhecimentos a partir do conhecimento dado. Neste caso, o
pensamento parte da análise de duas ou mais relações conhecidas, neste caso
podem ser relações de afirmação ou de negação, para concluir uma outra relação
que estava implicitamente contida.
Pensamento e resolução de problemas
Problema
Resolução de
Problemas refere-se a esforços activos para descobrir o que deve ser feito para
alcançar um objectivo que não está prontamente disponível.
Passos para a
resolução de problema
Um dos aspectos
fundamentais na resolução do problema é identifica-lo. Quer dizer a actividade
de procura começa quando o problema surge.
Imagine um rato com
fome engaiolado num labirinto. Ao sentir o cheiro da comida iniciará uma acção
que lhe levará ao objectivo, o alcance do alimento. Antes mesmo de iniciar a acção
propriamente dito começa com uma fase de preparação colocando diversas
hipóteses e estratégias de acção.
O aparecimento de um
problema pode ser natural. Quantas vezes os problemas apareceram por si sós sem
que ninguém os tenha procurado e sempre alguém se indaga: “como apareceu este
problema?” Por vezes as pessoas engajam activamente à procura de problemas umas
mais que as outras é claro. Pense por exemplo num cientista sempre não está
satisfeito com as suas descobertas. Continuará pesquisando, procurando os
problemas.
Seja como for,
existe uma fase inicial da procura de um problema conhecida por fase de identificação
do problema. Uma vez identificado os problemas seguem-se as acções
subsequentes que é o da preparação.
Na preparação o
indivíduo colecta dados disponíveis e avalia os possíveis constrangimentos e
coloca metas a alcançar. Se por exemplo você esta a estudar a disciplina de
psicologia geral e não percebe alguns conteúdos o que pensará que seja a causa?
Ali começa a avaliação das restrições que fazem com que não compreenda esses
conteúdos e a partir daí definirá metas. É possível que pense que você não
percebe por causa da linguagem usada pelo autor do livro que está a ler, ou
porque você anda muito cansado. A partir desta avaliação você definirá uma
estratégia adequada para a resolução deste problema.
Na tentativa de
resolução de um problema por vezes surgem outros factores que impedem a
resolução do mesmo. Imagine que um aluno se matricula num curso
profissionalizante e descobre que existem disciplinas muito difíceis. Isto será
portanto um factor que impedirá a progressão desse aluno. Aprendizagem passada
pode por vezes influenciar na resolução de problemas de forma positiva ou
negativa.
Imagine um indivíduo
que aprender a conduzir automóveis ligeiros, não teria dificuldade em aprender
a conduzir automóveis pesados por exemplo Quando as experiências passadas
aumentam as habilidades gerais dos indivíduos na resolução diz-se que ocorreu
uma transferência positiva.
Por outro lado, a
aprendizagem anterior pode influenciar negativamente na resolução de problemas.
Por exemplo quando ensinamos as crianças a fazerem necessidades num pinico,
esta criança adquire o hábito de defecar no pinico. Se pretendermos ensinar a
mesma criança a defecar numa sanita poderá depois ter dificuldades em faze-lo.
A isso se chama transferência negativa.
É importante que
antes de seguir em frente na resolução de um determinado problema analise-o
cuidadosamente e tome em consideração os factores que possam impedir na
resolução deste. O caso do aluno citado deveria ter se informado sobre quais as
disciplinas que o curso contém.
Uma outra etapa da
resolução do problema é a da solução do problema.
Na solução do
problema o indivíduo usa várias imagens mentais para enfrentar a tarefa.
Imagine que você esta numa gruta e não sabe exactamente qual é a saída. O que
você faria? Depois da identificação do problema aparecer-lhe-ia uma serie de
imagens mentais sobre as possibilidades de saída da gruta.
A última fase da
solução do problema é avaliação. Quando encontrada a solução, a maior parte dos
solucionadores avaliam os seus resultados, tendo em conta o objectivo definido
na fase de preparação. Caso não seja adequado continua até encontrar a solução
adequada. A avaliação depende da habilidade do solucionador, da sua
personalidade e da natureza do próprio problema.
Referências
bibliográficas
ALÍPIO, Jaime da Costa; VALE, Manuel Magiricão. Psicologia Geral. EaD – Universidade Pedagógica, Maputo: S/d.
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