A Criação da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e o Desencadeamento da Luta Armada

 A Criação da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e o Desencadeamento da Luta Armada

Introdução

Em Moçambique o auge do movimento nacionalista consistiu na unificaçao das diversas forças nacionalistas que surgiram no inicio da década de 1960 para constituir um só movimento, a FRELIMO. Foi este movimento que, diante da relutância do governo colonial português em conceder independência às suas colónias e a Moçambique em particular decidiu-se pela luta armada como caminho para a independência.

Formação da Frelimo

O acesso de várias antigas colónias à independência no final dos anos 50 e início de 60 e, no caso de Moçambique, a independência do Tanganyica em 1961, abria novas perspectivas para a formação de um movimento de cariz nacional em Moçambique.

Com efeito, a 25 de Junho de 1962, após vários esforcços desenvolvidos por Eduardo Mondlane e por outros nacionalistas, nascia em Dar-es-Salaam a FRELIMO (Frente de Libertação de Mçambique).

O primeiro presidente da FRELIMO foi Eduardo Mondlane, considerado o Arquiteto da Unidade Nacional, sendo vice-presidente Urias Simango.

Os outros dirigentes do novo movimento eram:

  • Samuel Dhlakama;
  • Lázaro Kavandame (mais tarde Secretário Provincial de Cabo Delgado) e Jonas Namashulua, ambos originários das cooperativas de camponeses de Cabo Delgado;
  • Mateus Muthemba e Shafurdin M. Khan provenientes das associações de ajuda mútua de Lourenço Marques e Xai-Xai, no Sul de Moçambique.
  • Marcelino dos Santos – Secretário do Departamento dos assuntos políticos e mais tarde Secretário dos assuntos externos.

Contudo, factores de divisão que se faziam sentir nos vários movimentos antes de 25 de Junho, continuavam a existir (tribalismo, regionalismo, racismo, falta de definição clara do inimigo e dos objectivos da Frente e a falta de uma estratégia comum). O único aspecto em que todos estavam de acordo era a oposição ao colonialismo português.

Para sanar estas e outras dificuldades, realizou-se de 23 a 28 de Setembro de 1962 em Dar-es-Salaam, o Primeiro Congresso da FRELIMO, dirigido por Eduardo Mondlane, que definiu os principais objectivos da Frente:

  • A libertação de Moçambique;
  • A conquista da independência total e completa;
  • A defesa dos interesses dos moçambicanos.

Definidos os objectivos e, como o governo português recuasse negociações pacíficas para conceder a independência de Moçambique, em 25 de Setembro de 1964, a FRELIMO desencadeia a luta armada para conquistar a independência total e completa de Moçambique. Em finais de 1965, já havia várias regiões libertadas em Moçambique e, em 1969, a FRELIMO controlava um quinto do território moçambicano.

Entretanto Eduardo Mondlane é assassinado a 3 de Fevereiro de 1969, sendo substituído, na direcção da FRELIMO por um triunvirato formado por Samora Machel, Urias Simango Marcelino dos Santos.

A partir da Segunda Guerra Mundial, o governo Salarista sofreu grandes pressões internacinais para descolnizar as suas possessões (não nos esqueçamos que já haviam caído os regimes fascistas e nascera um sentimento anti-colonial muito intenso).

Portugal responde filiando-se na NATO (1949), transforma as colónias em províncias ultramarinas (1951), filia-se na ONU (1955), após comprometer-se a acabar com o trabalho forçado; intensifica a criação de infraestruturas nas colónias (os planos de fomento); instala a PIDE em Moçambique (1957) e transforma os indígenas em cidadãos abolindo formalmente as culturas forçadas do arroz e do algodão (1961).

Referências bibliográficas

  • MINEDH. Módulo 8 de História: O Colonialismo Português a Partir de 1930. Instituto De Educação Aberta e à Distância (IEDA), Moçambique, s/d.

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