A Luta Anti-colonial (1955-1965)
A Luta Anti-colonial
Introdução
Nos
finais do século XV, após cerca de cinco séculos de presença árabe em
Moçambique, iniciou uma nova vaga de mercadores estrangeiros – os mercadores
europeus, em particular, portugueses. Ao longo de quase quatro séculos os
portugueses estiveram envolvidos no comércio de ouro com os shona do estado dos
Mwenemutapa, de marfim com os marave e de escravos com as formações políticas
do Vale do Zambeze e os reinos afro-islâmicos da Costa.
A Luta Anti-colonial (1955-1965)
Nos
finais dos anos 50, as actividades anti-coloniais em África ganham um novo
ímpeto. Após a independência do Ghana em 1957, novos territórios colonizados
lutam pela sua independência.
Em
Moçambique, a política repressiva do Salazarismo, impediu que surgissem
movimentos anti-coloniaialistas. Só restava aos moçambicanos a criação de
movimentos nacionalistas no exterior.
Assim,
as primeiras tentativas de criar um movimento nacionalista foram feitas pelos
moçambicanos que trabalhavam nos países vizinhos e que estavam fora do alcance
da PIDE.
Na
década de 50, formou-se na África do Sul a Convenção do Povo de Moçambique.
Esta organização reclamava a independência de Moçambique. Pouco mais se sabe
desta organização a não ser os nomes de seus líderes, Diniz Monjane, Tomás
Nhantumbo e Agostinho Ilunga.
No
mesmo período formou-se na Rodésia do Sul a Associação Portuguesa da África
Oriental (The Portuguese East African Association).
No
Tanganhica, formaram-se em 1958 a União dos Maconde de Tanganhica e de
Moçambique e a União dos Makondes e Makua do Zanzibar.
Estes
primeiros movimentos não trouxeram grandes resultados práticos e acabaram de
desfazendo. Entretanto a semente estava lançada e, no início da década de 1960
surgiram outros movimentos dos quais iria resultar o movimento que assumiu a
condução do país para a independência – a FRELIMO.
A
UDENAMO (União Democrática de Moçambique), formada em 1960, em Salisbury (hoje
Harare – no Zimbabwe), por indivíduos oriundos de várias províncias, como Tete,
Gaza eMaputo e tinha uma visão mais ampla sobre os problemas dos camponeses e
trabalhadores moçambicanos. Esta organização lutava pela independência de Moçambique.
Seus principais líderes foram Adelino Guambe e Lopes Tembe.
UNAMI
No (União Nacional de Moaçambique Independente) fundada em 1961, no Malawi, por
exilados da região de Tete que viviam no Malawi. Seu principal líder foi
Baltazar Chagonga.
MANU
(Mozambique African Nacional Union que significa União Africana Nacional de Moçambique).
Formada e Fevereiro de 1961, em Mombaça, Quénia, resultado da Fusão União dos
Makonde de Moçambique e de Tanganhia e a União dos Makonde e Makua no Zanzibar,
pequenos grupos politicos formados por moçambicanos trabalhando no Tanganyica e
no Quénia. A sua principal preocupação era a melhoria das condições dos
residentes de Cabo Delgado.
O
surgimento destas organizações significou um passo em frente na construção de
um movimento nacionalista. Elas colocavam como objectivos a luta anti-colonial
e pela independência, ao invés da simples ajuda entre confrades.
As
actividades estavam influenciadas pelo clima político dos territórios que os
albergavam, que eram colónias em vias de independência de uma potência que
praticava a democracia burguesa, a Grã – Bretanha. Por isso limitavam-se a
fazer comícios, a angariar membros, a passar-lhes cartões e a recolher fundos
para a respectiva organização.
Estas
organizações não conseguem ver com clareza a diferença entre uma potência
colonizadora atrasada e fascista (Portugal) e uma potência colonizadora
desenvolvida com tradições democrático-burguesas (Grã-Bretanha) e capaz de
realizar a política do neocolonialismo.
Referências
bibliográficas
MINEDH. Módulo 8 de História: O Colonialismo Português a Partir de 1930. Instituto De Educação Aberta e à Distância (IEDA), Moçambique, s/d.
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