Os Conflitos Sociais e a Resistência Anti-colonial
Os Conflitos Sociais e a Resistência Anti-colonial
Introdução
A
opressão colonial originou a contestação social diversas acções de resistência
tais como greves, revoltas e outras formas de luta. Nesta fase a luta esteve a
cargo dos estudantes, camponeses e trabalhadores Após a segunda Guerra Mundial
o nacionalismo moçambicano manifestou -se, através das associações, da imprensa
e da poesia. Siga então a lição com atenção e veja como se desenrolou o
nacionalismo em Moçambique.
A Contestação da Situação Colonial (1938
– 1955)
As
práticas opressivas do colonialismo português originaram conflitos sociais e
acções de resistência de vária ordem e diferente carácter.
Alguns
exemplos:
- Conflito sobre as terras no Mossuril – Nampula;
- As Greves:
- A greve dos trabalhadores assalariados negros da Beira, 1932;
- A greve da Quinhenta no porto de Lourenço Marques de 1933.
Uma
das bases da exploração colonial após 1930 foi a repressão política fascista.
Embora houvesse uma pequena abertura para a expressão política antifascista
logo após a II Guerra Mundial, a repressão à actividade política manteve-se sob
variadas formas.
Não
obstante a forte repressão, a intensificação da exploração rural e das barreiras
raciais no trabalho, a divisão e alienação das terras em benefício dos colonos
e a discriminação religiosa inspiraram a oposição dos moçambicanos.
As
Formas de luta foram variadas incluindo greves, motins, actividade cultural e
literária, entre outras formas. Nesta fase a luta anti-colonial foi conduzida
pelos estudantes, cujo número crescia progressivamente, pelos camponeses e
trabalhadores.
O Reforço do Colonialismo na África Após
a II Guerra Mundial
O
nacionalismo moçambicano surge como contestação do colonialismo europeu e
manifesta-se, principalmente, ao nível das associações, da imprensa e da
poesia, na linha dum movimento mais amplo de emancipação africana cuja
expressão predominante foi o que se chamou pan-africanismo.
No
fim da II Guerra Mundial o clima mundial modifica-se em relação às lutas
anti-coloniais, devido a vários factores.
Um
dos factores do nacionalismo em Moçambique no pós-guerra tem a ver com a
posição dos aliados em relação a luta anti-colonial. Os aliados, que durante a
II GM se uniram pelo ideal da liberdade e democracia contra os países fascistas
(Alemanha, Itália e Japão), começam, no pósguerra, a revelar mais as suas
diferençassem relação a luta anti-colonial.
A
URSS, cuja influência internacional aumentou bastante com a sua participação na
luta contra o Fascismo, tomou nesta altura uma postura anti-colonial firme. Por
seu turno a Grã-Bretanha, com o Partido Trabalhista no poder desde 1945, adopta
uma política da descolonização em relação as suas colónias. Os Estados Unidos
defendem uma política de portas abertas à penetração capitalista nas colónias
europeias. No Pós-guerra outras acções estimularam a luta anti-colonial em
África:
- A criação da ONU em 1945, que numa das suas declarações obrigava os países colonizadores a prepararem os povos das colónias para a independência;
- Congresso Pan-africano de Manchester em Outubro de 1945 que defendeu a independência imediata de todas as colónias.
Em
Portugal as greves em Lisboa e arredores (1942/44), o apoio popular português
aos movimentos Pró-democracia e a vitória dos aliados contra o fascismo e ainda
as pressões externas (Grã-Bretanha e EUA) abalaram o regime Salazarista. Este
quadro levou o Governo aliviar a opressão colonial e a repressão fascista.
Contudo
as mudanças em Portugal foram muito superficiais, mas criaram uma abertura que
permitiu ao regime prender os opositores e sujeitá-los à repressão, através do
reforço da PIDE e de detenções até 180 dias sem julgamento.
Por
outro lado a partir de 1946 a situação internacional modificou-se no sentido de
travar o processo a descolonização em África, devido aos receios que surgiram
no Ocidente face a crescente influência da URSS.
A
nível regional o pós-guerra foi marcado pela crise económica e sóciopolítica e
pela crescente militância dos trabalhadores negros que culminou com as greves
dos ferroviários na Rodésia do sul (1945) e dos mineiros na África do sul
(1946). Juntou-se a isso a subida do PN na África do Sul (1948) que implantou o
Apartheid.
Em
Moçambique estes acontecimentos foram acompanhados pelo alargamento das
barreiras raciais contra os negros, pela intensificação do trabalho forçado e
pelo reforço do controlo sobre os trabalhadores.
O
conjunto dos acontecimentos internacionais do pós-guerra e a transmissão das
informações e debates que os provocaram encorajaram a oposição ao regime
colonial.
Referências
bibliográficas
MINEDH. Módulo 8 de História: O Colonialismo Português a Partir de 1930. Instituto De Educação Aberta e à Distância (IEDA), Moçambique, s/d.
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