VÍRUS: Descoberta, Origem, Morfologia, Composição Química

VÍRUS

Descoberta dos vírus

Pasteur suspeitava que o causador da raiva era um organismo submicroscópico que não era possível cultivar fora do corpo do animal, mas a primeira doença que se demonstrou ser produzida por um agente submicroscópico foi o mosaico de tabaco. Esta doença ataca as plantas de tabaco, produzindo-lhes manchas amareladas, características, seguidas da morte dos tecidos nas zonas manchadas; pode ser transmitida a outras plantas a partir do suco de plantas afectadas.

Em 1892, IWANOWSKI, utilizando um filtro capaz de reter bactérias, filtrou o suco extraído de plantas doentes e infectou plantas sãs com o filtrado obtido; estas plantas manifestaram a doença. Demonstrou assim que o agente causador do mosaico do tabaco era muito mais pequeno do que qualquer bactéria conhecida. Devido ao seu reduzido tamanho, não foi possível vê-lo ao microscópio óptico.

BEIJERINCK, em 1899, repitiu as experiências de Iwanowski e demonstrou que este agente infeccioso não conseguia multiplicar-se fora da planta, nos meios normais de cultura.

Nos anos seguintes descobriu-se que muitas doenças eram devidas a estes agentes pequeníssimos, não filtráveis, a que se passou a chamar VÍRUS, que em grego significa veneno.

Origem dos Vírus

A origem dos Vírus não é ainda conhecida, existindo várias hipóteses. Uma delas sustenta que sejam fragmentos de ácido nucleico e proteína que se desligaram duma célula primitiva, adquirindo independência por qualquer factor incontrolável.

Outra hipótese sustenta que são formas que degeneraram de microorganismos mais avançados devido à fácil disponibilidade de nutrientes dentro da célula hospedeira, tornando-se não só parasitas mas perdendo também a capacidade de viver fora de uma célula viva.

Uma terceira hipótese supõe que os vírus descendem directamente dos proto-vírus ancestrais, partículas primitivas constituídas por ácido nucléico e proteína; isto é, os vírus foram sempre vírus. Passemos a ler sobre a morfologia.

Morfologia

Com o microscópio electrónico foi possível a observação dos vírus. A sua morfologia é diversa.

Muitos, como os da febre aftosa e poliomielite, são esféricos ou ovais: alguns são compridos, semelhantes a cilindros, como o do mosaico do tabaco; outros parecem blocos ou possuem outra forma geométrica regular, como o que produz herpes e ainda alguns têm forma semelhante a girinos com uma cabeça esférica ou oval e uma cauda fina. Estão neste grupo os bacteriófagos, os vírus parasitas das bactérias.

O tamanho dos vírus é variável. O mais pequeno, que provoca a febre aftosa, mede 10nm. Alguns chegam até 300nm.

Estrutura básica de um vírus
Figura 6: Estrutura básica de um vírus.


Composição química

A composição química dos diversos vírus é muito simples. Os mais pequenos são formados somente por ácido nucléico e proteínas enquanto os maiores e mais complexos, possuem várias proteínas, lípidos, hidratos de carbono, vestígios de metais e uma ou duas substâncias semelhantes a vitaminas. Os bacteriófagos contêm uma proteína especial nas fibras da cauda, com a qual se agarram à célula hospedeira.

Geralmente, os vírus têm um só ácido nucléico, os que parasitam animais e bactérias, o ácido nucléico é o ADN (Adenovírus); os que parasitam plantas, o ácido nucleico é ARN (Retrovírus). Actualmente sabe-se já que nalguns vírus existem conjuntamente os dois ácidos nucléicos.


Referências bibliográficas

  • MINEDH. Módulo 1 de Biologia: Sistemática, estudo e classificação dos seres vivos no reino Monera e dos fungos. Instituto De Educação Aberta e à Distância (IEDA), Moçambique, s/d.

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