Principais transformações no Período de Transição

 Principais transformações no Período de Transição

No início do século XV, a Europa revelava falta de dinheiro. Contudo, as pessoas não percebiam o que, de facto, precisavam para ser ricas. Para alguns a terra era símbolo de riqueza, enquanto para outros ser rico era ter dinheiro.

Este período, que se estendeu do século XV ao século XVIII é também designado por Época Moderna, tendo sido dominado pela coexistência do velho (Feudalismo) com o novo (Capitalismo).

Então, se não está claro que o regime vigente era o feudal ou o capitalista, é também difícil estabelecer se o mais importante eram as terras ou o dinheiro.

Que mudanças se operaram durante a época moderna?

A nível económico

Durante o período de transição, a agricultura conheceu alguns avanços significativos, principalmente nas técnicas e nas formas de posse da terra.

Na Baixa Idade Média, a indústria artesanal estava organizada em corporações de ofícios. Esta era a estrutura necessária para atender ao mercado local.

As manufacturas caracterizavam-se por: ser frequentemente protegidas pelo estado; localizar-se nos centros urbanos ou junto aos locais fornecedores de matérias-primas ou de energia (cursos de água, por exemplo); empregar um nümero relativamente pequeno de artesãos; ter o seu trabalho realizado em pequenos estabelecimentos. A produção era manual.

Na economia feudal, o mestre-artesão era ao mesmo tempo negociante, empregador, trabalhador, capataz e comerciante lojista, mas, com o crescimento dos mercados, já não podia realizar todas estas actividades. Começam a surgir os intermediários, que vendiam a produção em locais cada vez mais distantes dos locais de produção.

A nível social

A sociedade estava dividida em três ordens, nomeadamente o clero, a nobreza e o povo. No período de transição a estrutura social começava a incorporar uma camada social cada vez mais importante, a burguesia.

Documento

Surgimento Da Burguesia

A palavra burguesia é originária da língua francesa (bourgeoisie), usada originalmente para designar uma classe social que surgiu na Europa na Idade Média (séculos XI e XII) com o renascimento comercial e urbano.

Europa medieval passou por profundas mudanças. Depois de cerca de cinco séculos caracterizados por uma economia feudal virada para a subsistência. Os níveis de produção eram baixos e o comércio quase nulo. As cidades destruídas durante as incursões dos bárbaros continuavam em ruínas. A partir do século XI, assistiu-se ao ressurgimento da agricultura, favorecido por diferentes factores. Como resultado começaram a surgir excedentes agrícolas abrindo espaço para o reinício do comércio. O comércio viria a ter como palco as antigas cidades ao mesmo tempo que novas cidades também surgiram.

renascimento urbano, estimulou o desenvolvimento de várias atividades nas cidades, que movimentaram a economia local. Foi nesse contexto que surgiu o artesanato e organizou-se o processo de produção e surgiram máquinas para atender a demanda do mercado.

Os mercadores (antigos servos) impulsionaram as atividades comerciais a partir do século XI, deslocando de cidade em cidade, negociando suas mercadorias. No século XII, os mercadores passaram a organizar as feiras.

As actividades comerciais e bancárias bem como as feiras levaram ao rápido desenvolvimento urbano, criando uma estrutura de segurança para garantir a prática dos negócios. Portanto as cidades medievais passaram a ser caracterizadas pela presença de muralhas, torres e portões que davam maior segurança para moradores e comerciantes.

Com o desenvolvimento do comercio, as cidades, a partir do século XI, registaram igualmente um notável crescimento, alterando-lhes as suas feições e ampliando-as para os espaços além dos muros.

Nos espaços a volta das antigas cidades, os comerciantes edificaram casas grandiosas cercadas por muros. É, pois, a essas casas sumptuosas edificadas pelos mercadores que se convencionou chamar burgos (cidades com muros). Aos donos e habitantes dos burgos passou a chamar-se burgueses e passaram a constituir uma nova classe social, que veio a se revelar fundamental para o surgimento e desenvolvimento da mentalidade capitalista.

Transformações políticas

Politicamente, o período de transição foi marcado pela centralização do poder. Na Idade Média feudal os estados encontravam-se divididos em domínios senhoriais pertencentes aos senhores feudais. O rei tinha autoridade sobre estes domínios, contudo os grandes senhores ainda tinham muito poder. Com a centralização do poder no rei, surgiram as monarquias absolutas de direito divino.

Apenas a Itália e a Alemanha continuaram fragmentadas, não em propriedades senhoriais, mas sim em pequenos estados.

Bibliografia

Sumbane, Salvador Agostinho. H9 - História 9ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo: 2017.

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