Humanismo e sua difusão

Humanismo e sua difusão

O humanismo foi um movimento intelectual, característico do Renascimento, que consistiu, fundamentalmente, na revalorização do Homem e do seu papel, em termos éticos e do conhecimento, baseando-se na tradição da época clássica.

Os humanistas eram homens eruditos (letrados); protegidos por mecenas, dedicavam-se ao estudo das línguas (Grego, Latim e Hebraico) para conhecerem melhor os textos dos autores da Antiguidade. Esses homens letrados faziam pesquisas da Vida social e cultural das sociedades antigas e comentavam os antigos manuscritos (antigas obras literárias) para poderem definir o «Homem Novo», o Homem do Renascimento.

O Humanismo teria o seu início no século XIV, com as obras dos poetas Dante (1265-1321) e Petrarca (1304-1375), tendo maior dinamismo na segunda metade do século XV. Este movimento difundiu-se devido à intensificação dos estudos da Antiguidade, graças aos trabalhos de investigação dos círculos humanistas de Florença e de Veneza e å ida para Itália de sábios bizantinos que ali foram ensinar a língua grega e deram a conhecer os manuscritos da antiga Grécia.

Os grandes centros do humanismo italiano foram Florença (século XV) e Roma (século XVI).

Características do Humanismo

Imitação e revivência da estética clássica: presença de um forte classicismo em todas as formas ou tipos de manifestação artística e de pensamento.

Consideração do Homem como criador: ideia que passava a atribuir ao Homem um papel mais relevante, cuja intuição e investigação explicam tudo.

Defesa da ideia de Homem Novo, conceito do ser humano como um ser dotado de nova mentalidade, nova educação.

Valores defendidos pelo Humanismo

  • Curiosidade: os humanistas da época renascentista interessavam-se por tudo o que os cercava.
  • Espírito critico: analisavam livremente todas as questões, não hesitando em pôr em causa teorias ou postulados já existentes mesmo quando era incómodo fazê-lo.

Assim, os humanistas, apesar de admirarem os filósofos da Antiguidade, discutiam e criticavam as suas ideias.

Também discutiam e analisavam a sociedade da sua época e os seus problemas colectivos: a paz e a guerra, a riqueza e a pobreza, o ensino, a política, o perfil dos governantes, chefes religiosos, a superstição, os problemas da Natureza e da natureza humana.

Difusão do Humanismo

A difusão do Humanismo renascentista na Europa ocorreu no século XVI, por influência dos seguintes meios:

1. Imprensa

A imprensa surgiu em meados do século XV, na Alemanha, com Gutenberg a inventar uma nova técnica de impressão que consistia na utilização de letras móveis em metal (os caracteres tipográficos).

A imprensa permitiu uma rápida produção e distribuição de livros, contribuindo para que as obras literárias, filosóficas e científicas do Renascimento se espalhassem por muitas regiões, chegando a muitas pessoas. Por outro lado, as oficinas de impressão constituíam importantes centros de reunião e de trabalho dos humanistas.

2. Colégios e Universidades

Os humanistas formavam a camada social mais instruída da época, razão pela qual, nos colégios e universidades europeias eram, em geral, esses estudiosos que davam aulas e era aí que pesquisavam e publicavam os seus estudos. Esse facto permitiu aos humanistas espalhar as suas ideias por várias regiões da Europa, e não só.

No século XVI, os círculos eruditos das universidades, colégios, cortes, abadias e as grandes cidades mercantis constituíam uma autêntica «República das Letras».

Bibliografia

SUMBANE, Salvador Agostinho. H9 - História 9ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo: 2017.

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