A Terra: forma, dimensão e seus movimentos de Rotação e Translação

Terra: forma, dimensão e seus movimentos

A Terra é um planeta do Sistema Solar, sendo o terceiro em ordem de afastamento do Sol e o quinto em diâmetro (12 756 km). É o maior dos quatro planetas rochosos. Entre os planetas do sistema, a Terra tem condições únicas: mantém grandes quantidades de água em estado líquido, tem placas tectônicas e um forte campo magnético. A atmosfera interage com os sistemas vivos. A ciência moderna coloca a Terra como único corpo planetário conhecido que possui Vida da forma como a conhecemos.

O planeta Terra tem aproximadamente uma forma esférica, mas a sua rotação causa uma pequena deformação para a forma elipsoidal (achatada nos pólos). A forma real da Terra é chamada de Geoide: muito irregular, ondulada e matematicamente complexa.
A área total da Terra é de aproximadamente 510 milhões km2, dos quais 149 milhões são de terras firmes e 361 milhões são de água.
As linhas costeiras (litorais) da Terra somam cerca de 356 milhões km.
A Terra é o único planeta do Sistema Solar que contém uma superfície com água. A água cobre 71% da Terra (sendo que disso 97% é água do mar e 3% é água doce, mas grande parte destes 3% encontram-se nos calotes polares e nos lençóis freáticos). A água proporciona, através dos oceanos, a divisão dos 5 continentes. Os factores que se combinaram, para fazer da Terra um planeta líquido são: a Orbita solar, o vulcanismo, a gravidade, o efeito estufa, o campo magnético e a presença duma atmosfera rica em oxigénio.

Sistema Terra-Lua

A Terra e a Lua, por efeito das suas forças gravitacionais, exercem uma acção mútua nos seus movimentos respectivos. Em termos gravitacionais, a Terra e a Lua actuam como um corpo único, cujo centro de gravidade se situa no interior da Terra, embora não seja coincidente com o seu centro.
A gravidade da Lua faz com que o nosso planeta oscile ligeiramente na sua trajectória volta do Sol. As marés oceânicas são também o resultado da acção gravítica do nosso satélite sobre a Terra.
Menos visíveis são as consequências das marés causadas na Terra sólida.
   A Lua, devido à sua inatividade, parece ter preservado em grande parte as suas características primitivas.
    Hoje em dia, com a conquista da Lua pelo Homem (em 21 de Julho de 1 969), é possível conhecer-se com pormenor a sua superfície e a sua estrutura.
    O facto de se terem encontrado na Lua rochas muito mais antigas que as da Terra com a idade aproximada de 4 600 milhões de anos) constitui um testemunho inestimável para a compreensão do sistema Terra-Lua.
A Terra tem um satélite natural, a Lua, que completa uma volta em torno do planeta a cada 27,3 dias.

Consequências do movimento da Terra

Movimentos de rotação

movimento de rotação é aquele que a Terra faz ao girar em torno do seu próprio eixo. Esse movimento é realizado de Oeste para Leste e tem duração de 23 horas, 56 minutos e 4,09 segundos, o que equivale a um dia sideral.

Consequências do movimento de rotação
  • Sucessão dos dias e das noites: a Terra gira em torno do seu próprio eixo. Esse movimento é realizado de Oeste para Leste e tem duração de aproximadamente 24 horas. É graças a ele que existe o dia e a noite, uma vez que o movimento rotativo expõe gradualmente partes do planeta ao Sol, na mesma medida em que oculta as partes que lhes são opostas.
  • Movimento Aparente do Sol (MAS): a rotação da Terra provoca a impressão de que o Sol se movimenta de Leste (nascente) para Oeste (poente). Essa ilusão é conhecida como Movimento Aparente do Sol (MAS). É aparente, como já dissemos, porque não é o Sol que se movimenta, mas a Terra. Este movimento tem a duração de 24 horas.
  • Dia sideral ou astronómico: a cada rotação completa sobre o seu eixo são 24 horas, ou seja, 1 dia. Para a contagem do tempo usa-se o movimento aparente das estrelas, no nosso caso o Sol; então, dia sideral é o tempo que uma estrela demora a dar uma volta completa no seu movimento aparente.
  • Fusos horários: cada lugar da Terra apresenta uma posição diferente, relativamente ao Sol, ao longo de 24 horas. Deste modo, a hora varia de meridiano para meridiano. O globo terrestre, ou seja, 360 0 é dividido por 24 horas e obtém-se 15 0. Há um fuso de referência, que é o meridiano de Greenwich: para os meridianos localizados para Este dum certo meridiano é mais tarde, ou seja, têm a hora mais avançada e para os colocados a Oeste desse meridiano é mais cedo, ou seja, têm a hora mais atrasada. Uma hora de avanço ou de atraso corresponde a 150 de avanço ou de atraso. Por exemplo, Moçambique tem uma hora de atraso em relação a Dar-es-Salam e uma de avanço em relação a Luanda e a mesma hora em relação a Paris.

Movimento de translação

movimento de translação é aquele que a Terra faz girando ao redor do Sol, de Oeste para Leste. Esse percurso ou orbita tem uma forma elíptica e dura 365 dias, 5 horas e 49 minutos e 2 segundos, ou seja, um ano sideral.

Consequências do movimento de translação

Estações do ano e ano bissexto: a Terra gira em redor do Sol; esse percurso tem uma forma elíptica e dura 365 dias, 5 horas e 49 minutos e 2 segundos, ou seja, um ano. As estações são causadas pela inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao plano da elíptica. Esta inclinação faz com que a orientação da Terra em relação ao Sol mude continuamente, enquanto a Terra gira em volta do Sol.

O hemisfério Sul inclina-se para longe do Sol durante o Inverno e em direcção ao Sol durante o Verão. Isto significa que a altura do Sol, ângulo de elevação do Sol acima do horizonte, para uma dada hora do dia, por exemplo, meio-dia, varia no decorrer do ano. No hemisfério de Verão, as alturas são maiores, os dias mais longos e há mais radiação solar. No hemisfério de Inverno, as alturas do Sol são menores, os dias mais curtos e há menos radiação solar.

O movimento de translação da Terra é o responsável tanto pelas estações do ano, como pelo ano bissexto.

Equinócio

As estações do ano estão directamente relacionadas com o desenvolvimento das actividades humanas, como a agricultura e a pecuária. Além disso, determinam o tipo de vegetação e clima de todas as regiões da Terra e são opostas em relação aos dois hemisférios do planeta (Norte e Sul).
Quando no hemisfério Sul é Verão, no hemisfério Norte é Inverno. Da mesma maneira, quando for Primavera num dos hemisférios, será outono no outro. Isso ocorre justamente em função da posição que cada hemisfério ocupa em relação ao Sol naquele período, o que determina a quantidade de irradiação solar que recebe.
No hemisfério Sul, onde vivemos, a incidência dos raios solares é maior sobre o trópico de Capricórnio entre 21 de Dezembro e 21 de Margo, ocasionando o Verão. Entre 21 de Margo e 21 de Junho, os raios solares atingem mais intensamente a altura do Equador, do que resulta o Outono.
O Inverno vem depois, entre 21 de Junho e 23 de Setembro, pois a incidência dos raios solares é menor sobre todo o hemisfério. Finalmente, entre 23 de Setembro e 21 de Dezembro, o Sol actua com maior intensidade sobre a linha do Equador, originando a Primavera.
Na linha do Equador, a duração dos dias é fixa ao longo das estações do ano com 12 horas de luz e 12 horas de noite. Desse modo, os solstícios nessa linha não podem ser obtidos através de dias ou noites mais longas e somente podem ser observados pela máxima inclinação da luz solar para o norte ou para o sul. Na linha do Equador não há como dizer se um solstício é de Verão ou de Inverno uma vez que demarcam a separação dos hemisférios Norte e Sul da Terra.
Nas linhas dos trópicos de Câncer e Capricórnio, os solstícios de Verão respectivos a cada hemisfério da Terra, coincidem com o único dia do ano em que os raios solares incidem verticalmente.

Nas linhas dos círculos polares Árctico e Antárctico, os solstícios marcam o único dia do ano em que o dia ou a noite duram 24 horas ininterruptas considerando a estação do ano: Verão ou Inverno, respectivamente.

Resumindo, entre as consequências do movimento de translação teremos:
  • Estações do ano e ano bissexto.
  • Desigualdades dos dias e das noites.
  • Inclinação dos raios solares e a variação da altura do Sol.

Bibliografia
WILSON, Felisberto. G11 - Geografia 11ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo, 2017.

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