Cosmografia: A Esfera Celeste
Cosmografia
Cosmografia é a ciência que se ocupa do estudo dos corpos celestes, distribuídos no espaço celeste.
A Esfera Celeste
Observando o céu de qualquer lugar da Terra, vêmo-lo como uma semi-esfera, cujo centro da curvatura parece o local onde estamos. Se mudarmos para qualquer outro lugar e qualquer que seja o sentido, temos a sensação de que a Terra está envolvida por uma esfera, em cuja superfície interna se encontram todos os astros, à mesma distância de nos.
A essa esfera aparente, que é uma esfera ideal, oca, com o centro no lugar de observação e em cuja superfície interna imaginamos fixos os astros, chamamos esfera celeste.
Fig.1: A Esfera Celeste |
Em Astronomia definimos a «esfera celeste» como um globo fictício de raio indefinido, cujo centro radial é o olho do observador. Na esfera celeste, os pontos das posições aparentes dos astros, independente das suas distâncias marcam esta superfície hipotética.
Esta superfície onde aparentemente estão as estrelas fixas, gira em torno duma linha chamada PPI, denominada linha do eixo do mundo, ou linha dos pólos. Perpendicular a este eixo existe uma superfície circular plana denominada EE', que é definida como o equador celeste. Observando-se a superfície circular do ponto de vista do hemisfério norte do plano equatorial e imprimindo-se um movimento no sentido horário no círculo equatorial temos um eixo ZZ', que é vertical ao lugar onde se encontra o observador, é chamado Zénite (Z, ao Norte) e Nadir (Z', ao Sul). Esta linha vertical tem, atravessando-a, um plano perpendicular que é chamado horizonte celeste. As rectas PPI e ZZ formam um plano chamado plano meridiano do lugar. A direcção OS é o Sul, e a direcção ON é o Norte. Perpendicularmente, ou na horizontal, temos uma linha chamada linha este-oeste. Portanto, quando o observador olha para o Norte tem o Leste à sua direita e o Oeste à esquerda.
Na verdade, tudo o que vemos no céu está de tal modo tão distante que as posições relativas, inclusive os movimentos, são impossíveis de determinar apenas por observação visual, o que torna correcta a abstracção. Como as distâncias são também indeterminadas, apenas necessitamos de saber a inclinação dum ponto relativo å superfície da Terra para o conseguirmos projectar no céu. Desta forma, o modelo da esfera celeste com as estrelas fixas, é uma ferramenta muito útil no campo da orientação espacial da navegação astronómica.
À medida que a Terra gira em torno do seu eixo, os objectos na esfera celeste parecem rodar em torno dos pólos celestes. Por exemplo, o Sol parece surgir todos os dias a Este e desaparecer a Oeste, da mesma forma que as estrelas, os planetas e a Lua. Como a Terra gira de Oeste para Leste, a esfera celeste aparenta girar de Este para Oeste. Algumas estrelas localizadas suficientemente perto dos pólos celestes parecem não se deslocar e apenas flutuar sobre o horizonte; são as chamadas estrelas circumpolares.
Através da projecção do equador, a esfera celeste está dividida em hemisfério celeste Norte e hemisfério celeste Sul. Da mesma forma, podem ser projectados os trópicos de Câncer e Capricórnio e os pólos Norte e Sul.
A eclíptica é um grande círculo imaginário na esfera celeste através do qual o Sol parece mover-se durante um ano. É realmente a Orbita da Terra volta do Sol que provoca a mudança na direcção aparente do Sol. A eclíptica está inclinada 23,5 graus em relação ao equador celeste. Os dois pontos em que a eclíptica cruza o equador celeste são conhecidos por equinócios.
O Universo é constituído por milhares de corpos celestes ou astros por exemplo, estrelas, planetas, cometas, asteroides, meteoritos e galáxias.
A origem do Universo é uma das questões que mais tem intrigado os cientistas. Os astrónomos acreditam que o Universo teve origem há cerca de 15 000 milhões de anos, num glóbulo de enorme energia (temperatura da ordem dos milhões de graus), altamente comprimido num «ovo cósmico» que explodiu; ao expandir-se, arrefeceu e transformou-se em matéria, dando origem às galáxias. Esta teoria é conhecida pelo nome de Big Bang, Grande Explosão ou Teoria Evolutiva.
Actualmente, quase toda a comunidade científica aceita a teoria do «Universo em expansão». Um dos primeiros astrónomos a apoiar e reforçar esta ideia foi o norte-americano Edwin Hubble (1929), ao demonstrar a «fuga das galáxias».
As galáxias são grandes agrupamentos de milhares de milhões de estrelas, ligadas entre si pela força da gravidade, que fazem parte de enormes nuvens de gás e poeiras designadas nebulosas. Algumas galáxias só contêm estrelas velhas; outras possuem regiões onde novas estrelas estão em formação continua.
Na parte observável do Universo existem cerca de 100 000 milhões de galáxias semelhantes à nossa, entre os quais a Via Láctea ou Estrada de Santiago.
Composição do Sistema Solar: O sol e os planetas do Sistema Solar estão situados num dos braços da Via Láctea - braços de Orion – a cerca de 32 000 anos-luz do núcleo galáctico.
Bibliografia
WILSON, Felisberto. G11 - Geografia 11ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo, 2017.
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