Representantes da Geografia na época Moderna e contemporânea

Representantes da Geografia na época moderna

Mercator – cartógrafo holandês desenvolveu a cartografia com o sistema de projecções cilíndricas, ao representar a Terra esférica no Plano, procurando reduzir as deformações que o processo produz, particularmente nas zonas de altas latitudes.

Os seus trabalhos mostram uma espécie de libertação aos sistemas de Ptolomeu e com os trabalhos de Ortelius melhorou significativamente a representação da Terra. Em 1570, publicou um atlas.

Nicolau Copérnico – trouxe para a Geografia uma nova ideia sobre a posição da Terra no universo ao apresentar a teoria heliocêntrica em oposição teoria geocêntrica.

Galileu Galilei – explicou os movimentos de rotação e de translação da Terra, impondo definitivamente o heliocentrismo em oposição teoria geocêntrica.

Bernardo Varenius – contribuiu para o desenvolvimento da Geografia do seu tempo, ao ligá-la à descrição dos fenómenos físicos e humanos.

Defendeu a ideia de que a Terra, o habitat do Homem, se integra no ambiente de fenómenos gerais do globo. Por outro lado, Varenius estudou a Geografia Matemática analisando as formas, dimensões, movimentos, determinação de longitude, latitude e elaboração de cartas. Todos os seus trabalhos mostram a influência do racionalismo de Descartes, as ideias de Kepler, Copérnico e Galileu.

Emmanuel Kant - professor de Geografia na Alemanha, criou as bases filosóficas da Geografia. Segundo Kant, a Geografia é uma ciência empírica, baseada nas experiências do Homem, uma ciência de descrição dos fenómenos na sua dimensão espacial. Nesta base, Kant concebia a Geografia como ciência ideográfica, sem possibilidade de formular leis.

Para este geógrafo, a Geografia antecedia a História uma vez que os factos ocorrem em determinado lugar. Segundo ele, a Geografia descreve a Natureza no presente e no espaço, enquanto a História descreve a evolução do Homem ao longo do tempo. Isto significa que, enquanto a Geografia tem uma dimensão espacial, a História tem uma dimensão temporal.

Na sua teoria de organização do conhecimento, Kant procurou uma classificação das diversas disciplinas científicas conhecidas na sua época. Ele considerou três conjuntos: as ciências sistemáticas, que se debruçariam sobre as categorias dos fenómenos assentes em leis e princípios expressos matematicamente; as ciências geográficas, que descreveriam, sistematizariam e classificariam os fenómenos ocorridos no espaço (estudam os factos nas suas relações espaciais) e as ciências históricas dedicadas a narrar os factos no tempo.

Na época contemporânea

Na época contemporânea, a Geografia toma outra perspectiva com alteração nas suas preocupações que passam a ser o estudo da diferenciação do espaço, relações Homem-meio e a preocupação de responder às questões: O que existe? Em que lugar?

A Terra já era conhecida na sua extensão real, dimensão e forma real dos continentes. Existia um vasto reportório de informações sobre variados lugares da Terra em arquivos existentes em vários países.

O século XIX irá proporcionar as bases metodológicas da Geografia moderna, graças a Alexander Von Humbolt e Carl Ritter, cujas contribuições levaram a Geografia a deixar de ser um conjunto de conhecimentos práticos, uma enumeração mais ou menos ordenada de fenómenos e aspectos geográficos, para passar a relacionar e explicar os fenómenos geográficos.

No domínio da Cartografia, a época contemporânea foi marcada pelo surgimento das medidas geodésicas, que permitiram o estabelecimento da primeira carta de grande escala - carta topográfica. Na confecção das cartas houve muito aperfeiçoamento das técnicas de projecção.

Os progressos da Geografia na época contemporânea foram particularmente estimulados pelas explorações continentais conduzidas por David Livingstone (explorador escocês) que percorreu o interior da África Subsaariana do Atlântico ao índico; por Stanley enviado a África pelo dono do New York Herald para encontrar Livingstone em África, bem como pelo sueco Sven A. Hedin, o russo M. Przhewisky, na Ásia Central e os ingleses Alfred R. Wallace e Henry W. Bates nas florestas amazónicas.

Bibliografia
WILSON, Felisberto. G11 - Geografia 11ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo, 2017.

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