Sistema Solar: o Sol e os planetas

Sistema Solar: o Sol e os planetas

O sistema solar situa-se num dos braços da Via Láctea, a cerca de 30 000 anos-luz do seu centro e a 20 000 anos-luz do seu rebordo.

A sua forma pode ser considerada esférica, com um raio de cerca de 100 000 U.A. (Unidade Astronómica, ou seja, 100 000 x 149,6 milhões de quilómetros).

O sistema solar é constituído pelo Sol, rodeado por oito planetas e seus satélites naturais, os asteroides, os cometas e a matéria inter-planetária. O Sol move-se como todas as outras estrelas da galáxia.
Eis as principais características dos astros que constituem o sistema solar: 

Sol

O Sol é a estrela central do sistema planetário solar. Sabe-se que em torno dele gravitam pelo menos oito (8) planetas, quatro planetas anões, 1 600 asteroides, 138 satélites e um grande número de cometas. A sua massa é 333 000 vezes a da Terra e o seu volume 1 400 000 vezes. A distância da Terra ao Sol é de cerca de 150 milhões de quimômetros ou 1 unidade astronómica (U.A). A luz solar demora 18 minutos e 18 segundos para chegar à Terra.

O Sol é formado por camadas concêntricas e sobrepostas. Nele ocorrem reacções que provocam a libertação duma enorme quantidade de energia, de tal forma que as temperaturas no núcleo chegam aos 15 milhões de graus centigrados.

Planetas

Os planetas que constituem o sistema solar, embora apresentem grandes diferenças entre si, possuem em comum o facto de descreverem orbita em volta do Sol movimento de translação – e de possuírem movimentos de rotação.

Planetas menores
Do ponto de vista físico, os planetas MercúrioVénusTerra e Marte são designados por telúricos, menores ou terrestres, por serem relativamente densos e terem urna constituição de materiais rochosos, total ou quase totalmente sólidos.

A diferença de forças gravíticas entre os planetas deve-se não só as suas dimensões, como também ao material de que são constituídos.

  • Mercúrio
A ausência de atmosfera neste planeta deve-se sobretudo à sua pequena massa (a força atractiva pequena facilita o escape dos gases) e ao vento solar que «varre» os gases para o espaço.

Através de fotografias enviadas pelas sondas espaciais, é possível observar que a superfície de Mercúrio está repleta de crateras e de bacias de várias dimensões, como resultado de impactos meteoríticos, o que lhe confere um aspecto semelhante ao da Lua (como mais adiante veremos). Não obstante, as bacias e as crateras de Mercúrio são de menores dimensões que as da Lua.

Geologicamente, Mercúrio pode considerar-se um planeta «morto», pois há vários milhões de anos que o seu vulcanismo está extinto. Poi outro lado, a inexistência de atmosfera não permite que os usuais efeitos erosivos se façam sentir (como na Terra).
A modelação da sua superfície é sobretudo resultante do impacto meteorítico e do vento solar.

  • Vénus
É o planeta mais próximo da Terra e, o mais semelhante a ela, quer no tamanho, quer na densidade. É muitas vezes referido como planeta gémeo da Terra. É quente, seco e sem Vida.

O movimento de rotação é muito lento e tem sentido contrário ao da Terra (sentido retrogrado). A reduzida velocidade de rotação poderá estar relacionada com a existência dum campo magnético muito fraco.

As imagens obtidas pelas sondas Mariner, Venera e, posteriormente, pela sonda Magalhães (1991 que cobriram cerca de 90% da superfície venusiana, revelaram que a maior parte do planeta é plana, sendo 5% ocupado pelas montanhas, que raramente ultrapassam 1 km de altitude.

A existência de crateras vulcânicas, com alguns quilómetros de diâmetro e de gigantescas falhas, é indicativa duma intensa actividade interna do planeta.

  • Marte
Depois da Lua, Marte é o corpo do Sistema Solar mais explorado e melhor conhecido.
Apesar de ser frequentemente designado por «planeta vermelho», a sua cor varia de azul-esverdeado durante o amanhecer e para castanho no final do dia. Tal facto deve-se à sobreposição do eixo de rotação ao plano orbital.
Fotografias enviadas pelas sondas Mariner e Vikhini são reveladoras de uma morfologia bastante acidentada. Entre outros, destaca-se o Monte Olimpo com cerca de 27 km de altura (três vezes a do monte Everest) e 550 km de base.
A paisagem marciana está toda pejada de crateras de impacto e atravessada por vales extensos e sinuosos, muito semelhantes aos da Terra.
Todavia, na actualidade, estes vales não apresentam qualquer vestígio de água. Tal facto sugere profundas alterações climáticas neste planeta.

Planetas gigantes

Os planetas JúpiterSaturnoUrano e Neptuno pertencem ao grupo dos gigantes ou gasosos porque apresentam dimensões muito superiores aos terrestres. Têm uma baixa densidade pelo facto de serem constituídos essencialmente por gases. Um individuo que pese 70 kg na Terra verá o seu peso aumentado para cerca de 185 kg em Júpiter.

  • Júpiter
Júpiter é o maior dos planetas em massa e dimensões. A sua baixa densidade reflecte uma constituição essencialmente de hidrogénio e hélio.

Admite-se, no entanto, que o núcleo, mais denso, seja formado por gelo e corpos rochosos.
Os dados recentes enviados pela sonda Galileu revelam uma cintura de radiações imensas, situada a 50 000 km acima das nuvens do planeta.

A velocidade dos ventos pode atingir 530 km/h. Por outro lado, as tempestades eléctricas são dez vezes menos frequentes que as da Terra.
Este facto leva a admitir que a possibilidade da existência de moléculas orgânicas complexas na atmosfera deste planeta é muito reduzida.

  • Saturno
É o segundo maior planeta do Sistema Solar e o último planeta visível à vista desarmada. É muito semelhante a Júpiter, quer na constituição, quer na sua estrutura interna. É o menos denso dos planetas gigantes.

Saturno, o planeta anelado, foi considerado durante muito tempo como o único planeta que tinha anéis. Hoje, sabe-se que Júpiter, Urano e Neptuno também os possuem. Os anéis correspondem a partículas de gelo ou fragmentos rochosos cobertos por gelo.

A partir das imagens enviadas pelas sondas Pioneer 1 1 e Voyager/ e 2 é possível observar que a sua superfície é de cor amarelada, com bandas alternadamente claras e escuras, paralelas ao equador.
Das 25 luas já conhecidas, uma delas, Titan, é o maior satélite do Sistema Solar.

  • Urano
Tem cerca de quatro vezes o tamanho da Terra.
Muito do que se conhece deste planeta provém das imagens obtidas a partir da Voyager 2 (1986).

Possui uma coloração azul-esverdeada. Em 1979, foi descoberto um sistema de anéis muito mais finos e escuros que os de Saturno. Urano tem um movimento de rotação no sentido retrogrado.
  • Neptuno
É o quarto maior planeta do Sistema Solar e o mais denso dos planetas gigantes.
A partir das informações obtidas pela Voyage 2 (1 989), Neptuno parece ser semelhante na sua composição e estrutura interna ao planeta Urano.
Este planeta é azulado, razão pela qual muitas vezes é designado «planeta azul».

Plutão - planeta anão

Até Agosto de 2006, considerava-se Plutão o nono planeta do Sistema Solar. Apos a descoberta de Eris, corpo celeste que se situa além da Orbita de Neptuno e tem dimensões superiores às de Plutão nasceria a dúvida se Plutão seria ou não planeta. Além disso, a forma pouco ortodoxa da sua Orbita, cuja inclinação não é paralela da Terra e à dos outros sete planetas do Sistema Solar, aumentou as dúvidas. A União Astronómica Internacional criou uma categoria dum corpo celeste chamada planeta anão, dentro da qual estão incluídos Plutão, Eris e também o asteroide Ceres, situado entre as Orbitas de Marte e Júpiter.


Fig.1: O Sistema Solar e os Planetas



Bibliografia
WILSON, Felisberto. G11 - Geografia 11ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo, 2017.

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