Artigo de opinião

 1. Artigo de opinião

O artigo de opinião, como o próprio nome indica, é um texto em que o autor expõe o seu posicionamento face a um tema actual e de interesse geral.

E um texto argumentativo que apresenta argumentos sobre o assunto abordado; portanto, o escritor, além de expor o seu ponto de vista, deve sustentá-lo através de informações e razões coerentes e admissíveis. Logo, as ideias defendidas no artigo de opinião são da total responsabilidade do seu autor e, por esse motivo, este deve prestar especial atenção à veracidade dos elementos apresentados, além de assinar o texto no final.

É muito comum encontrar artigos de opinião em jornais e revistas. Portanto, se quiseres aprofundar os teus conhecimentos a respeito deste tipo de produção textual, podes procurá-los nestes tipos de canais informativos. A leitura é breve e simples, pois são textos pequenos, e a linguagem não é erudita, uma vez que a intenção é chegar a todo o tipo de leitores.

Características linguístico-discursivas do artigo de opinião

Uma característica muito peculiar deste género textual é a sua intenção persuasiva, que consiste na tentativa de o emissor convencer o destinatário, neste caso o leitor, a adoptar a opinião apresentada. Por este motivo, é vulgar presenciarmos descrições pormenorizadas, apelo emotivo, acusações, humor satírico, ironia e recurso a fontes de informação precisas.

Como foi dito, a linguagem é objectiva e pode recorrer abundantemente à pontuação, como, por exemplo, aos pontos de exclamação e de interrogação, os quais incitam à adopção da posição de reflexão favorável ao enfoque do autor.

Outras marcas de persuasão são as orações no imperativo (seja, compre, ajude, favoreça, exija) e a utilização de conjunções que agem como elementos articuladores (e, mos, contudo, porém, entretanto, umo vez que, de forma que) e organizam as ideias.

Geralmente, o texto de opinião é escrito na primeira pessoa, já que se trata de um texto com marcas pessoais e, portanto, com indícios claros de subjectividade; porém, por questões de estilo ou mesmo de estratégia argumentativa, podem surgir textos de opinião na terceira pessoa.

Orientações para a produção de um artigo de opinião

Para produzir um bom artigo de opinião, devem seguir-se algumas orientações.

a) Após a leitura de vários textos sobre uma determinada temática, com diferentes pontos de vista, anota num papel os argumentos que mais te agradam; estes podem vir a ser-te úteis quando precisares de fundamentar o ponto de vista que irás desenvolver.

b) Ao compores o teu texto, tem em consideração o interlocutor, ou seja, quem irá ler a tua produção. A linguagem deve ser adequada ao género e ao perfil do público leitor.

c) Escolhe os argumentos, entre os que anotaste, que podem fundamentar a ideia principal do texto, de modo mais consciente, e desenvolve-os.

d) Pensa num enunciado que expresse a ideia principal que pretendes defender.

e) Pensa na melhor forma possível de concluir o teu texto: retoma o que foi exposto, ou confirma a ideia principal, ou faz uma citação de algum escritor ou de um especialista na área relativa ao tema debatido.

f) Cria um título que desperte o interesse e a curiosidade do leitor.

g) Formata o teu texto em colunas e coloca entre elas uma chamada (um importante e pequeno trecho do seu texto).

h) Após teres concluído o teu texto, relê-o e observa se te posicionas claramente sobre o tema; se a ideia está fundamentada em argumentos fortes e se estes estão bem desenvolvidos; se a linguagem está adequada ao género; se o texto apresenta titulo e se este é convidativo; por fim, verifica se o texto, no seu todo, é persuasivo (convincente).

2. Regência verbal: complementos de verbos de separação

Os verbos portugueses podem ser classificados quanto ao seu valor semântico, ou seja, a área do seu significado. Nessa classificação, que abarca várias áreas, encontramos uma tipologia semântica de verbos designada por verbos relacionais, isto é, verbos que estabelecem uma relação entre dois ou mais elementos.

De entre os verbos relacionais, destacamos agora os verbos locativos, usados para estabelecer uma relação de localização entre os elementos a que se referem. Estas relações permitem dividir estes verbos em três grupos: posicionais, conjuntivos/ associativos e disjuntivos/dissociativos/de separação.

Os verbos de separação, como o nome sugere, indicam a disjunção desses elementos. São exemplos de verbos de separação os verbos separar-se, apartar-se, isolar-se, afastar-se, entre outros.

Estes verbos não têm significado completo, necessitando de um complemento que lhes confira pleno sentido. Esta relação necessária que se estabelece entre uma palavra e o seu complemento chama-se regência. Em certos casos, a relação de regência é indicada por preposições, as quais servem para ligar estas palavras estabelecendo uma interdependência entre elas.

É o caso dos verbos dissociativos, regidos pela preposição de: separar-se de algo/alguém, aportar-se de algo/alguém, isolar-se de algo/alguém, afastar-se de algo/alguém.


Bibliografia

FERNÃO, Isabel Arnaldo; MANJATE, Nélio José. Português 12ª Classe – Pré-universitário. 1ª Edição. Longman Moçambique, Maputo, 2010.

 


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