Anatomia das raízes

 2.4. Anatomia das raízes

Na constituição de uma planta espermatófita, encontram-se vários órgãos, nomeadamente, a raiz, o caule, as folhas, as flores e os frutos com sementes. Cada órgão desempenha a sua função, sendo a da raiz a absorção de água e sais minerais, a fixação da planta ao solo e, em alguns casos, a acumulação de substâncias de reservas.

Estrutura da raiz

Recordando o que estudaste sobre a raiz, no que se refere à sua estrutura externa já sabes que existem estruturas adaptadas para a função que realizam. Essas estruturas estão representadas na figura seguinte.

Figura 14: Estrutura externa da raiz (os pêlos absorventes são as estruturas responsáveis pela absorção de água).

Anatomia da raiz

A figura seguinte mostra a estrutura interna (anatomia) de uma raiz.

Figura 15: Estrutura interna da raiz em corte transversal.

A região mais periférica da raiz é a epiderme; abaixo da epiderme, para o interior, encontra-se o parênquima cortical (córtex). A região central, designada por cilindro central, é delimitada pela endoderme. As células da endoderme são circundadas por anéis de suberina, uma substância impermeável que forma as estrias de Caspary. As estrias de Caspary unem as células de modo a que não haja espaço entre elas. Assim, a endoderme funciona como uma barreira para as substâncias, impedindo-as de se dirigirem directamente para o cilindro central sem passar pelas células da endoderme.

Abaixo da endoderme, encontra-se o periciclo, que delimita o cilindro central. O periciclo origina as raízes secundárias. No cilindro central, encontram-se o xilema e o floema, dispostos de forma característica nas dicotiledóneas e que as distingue das monocotiledóneas.

Absorção de água e sais minerais

Entre as várias estruturas que contribuem para a absorção de água, tais como raízes secundárias, folíolos modificados e as regiões mais velhas das plantas herbáceas, é fundamentalmente pelas raízes, através dos pêlos absorventes, que as plantas absorvem a água e os iões minerais por ela transportados. Os pêlos absorventes são bastante numerosos. Estes aumentam a superfície de absorção da raiz, o que permite absorver grande quantidade de água vinda do solo.

O pêlo absorvente é um prolongamento de uma célula da epiderme. Como se pode observar na figura que se segue, o pêlo absorvente apresenta uma parede celular fina, um vacúolo central, citoplasma e núcleo periférico.

Figura 16: Estrutura do pêlo absorvente.


Difusão, osmose, transporte activo e passivo

Como deves recordar-te, processos de transporte passivo como a difusão, a osmose, a difusão facilitada e o transporte activo fazem parte dos mecanismos que possibilitam a absorção radicular.

A condição para que os nutrientes sejam absorvidos pela raiz é que eles estejam em solução aquosa. A absorção ocorre pelos mecanismos referidos.

Transporte passivo

Designa-se por transporte passivo o transporte feito a favor do gradiente de concentração, em que as partículas se deslocam de locais de maior concentração para os de menor concentração até que se atinja o equilíbrio. Neste tipo de transporte não há gasto de energia. A difusão simples e a osmose são exemplos de transporte passivo.

Osmose

A osmose, conforme estudaste, é a difusão da água através de membranas semipermeáveis.

Neste caso, a água desloca-se de regiões menos concentradas em solutos, ou seja, da solução mais diluída (solução hipotónica) para as regiões mais concentradas em solutos (solução hipertónica).

Sendo a concentração em solutos do suco vacuolar das células do pelo absorvente superior à da água do solo, a água entra para a raiz por osmose. Comparando a concentração em solutos do suco vacuolar com a das células do parênquima cortical, verifica-se que a das células do parênquima cortical é superior. Assim, a água vai passando para o interior da raiz até atingir o xilema (tecido condutor da seiva bruta).

Difusão

A entrada dos iões minerais em solução aquosa na raiz ocorre por difusão. Estes encontram-se na solução do solo, em concentração mais elevada do que nas células da raiz.

Transporte activo

O transporte activo ocorre, por exemplo, quando as raízes acumulam iões minerais em concentrações muito altas em relação ao solo. Neste caso, os iões minerais entram nas células da raiz por transporte activo, o que implica gasto de energia. Este transporte ocorre contra o gradiente de concentração, ou seja, de locais de menor concentração para os de maior concentração.

Os elementos minerais que as plantas consomem em maior quantidade denomina-se macronutrientes e os elementos que se consomem em menor quantidade são os micronutrientes.

São macronutrientes o azoto (N), o fósforo (P), o potássio (K), o cálcio (Ca), o magnésio (Mg), o enxofre (S), o sódio (Na), o oxigénio (O), o carbono (C) e o hidrogénio (H), sendo os principais o azoto, o fósforo e o potássio. Os restantes são considerados secundários.

Os micronutrientes são o ferro (Fe), o manganês (Mn), o zinco (Zn), o cobre (Cu), o boro (B), o molibdénio (Mo), o níquel (Ni), o Cloro (Cl) e o alumínio (Al).

Os diferentes elementos minerais são usados na síntese de moléculas como proteínas, incluindo enzimas, clorofilas, vitaminas, hormonas de crescimento, ácidos nucleicos, pigmentos, citocromos e outras.

 

Bibliografia

MANJATE, Maria Amália; ROMBE, Maria Clara. Biologia 12ª Classe – Pré-universitário. 1ª Edição. Longman Moçambique, Maputo, 2010.

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