Evolução dos sistemas circulatórios

 3.4.1. Evolução dos sistemas circulatórios

Nos animais mais simples, como esponjas, celenterados platelmintes e nematelmintes, não existe sistema circulatório definido. Nos menos desenvolvidos, as trocas de substâncias com o meio, bem como o transporte a nível interno, efectuam-se por difusão. Nos platelmintes como a planária, o fluido existente na cavidade digestiva muito ramificada atinge todas as regiões do corpo e as substâncias difundem-se rapidamente para as células. Nos celenterados, as contracções da cavidade gastrovascular provocam a deslocação do alimento, distribuindo-o por todas as células do corpo.

Nos nematelmintes, o pseudoceloma permite que o líquido nele existente chegue às células do corpo. Nos anelídeos, existe um sistema circulatório constituído por dois vasos, um ventral e outro dorsal, que estabelecem comunicação entre si através dos capilares e corações laterais que impulsionam o líquido circulatório.

Na figura seguinte representa-se o sistema circulatório de um anelídeo (minhoca).

Figura 23: Sistema circulatório da minhoca.


Nos artrópodes, o sistema circulatório é aberto e constituído por um coração alongado, e em posição dorsal e que apresenta uma série de dilatações contrácteis. O líquido circulatório é bombeado pelo coração e flui do coração através do vaso sanguíneo, a aorta dorsal.

Depois de permanecer no corpo, o líquido circulatório (hemolinfa) regressa ao coração, onde penetra através de orifícios laterais designados por ostíolos, graças aos movimentos dos músculos do corpo.

A figura seguinte ilustra o sistema circulatório de um artrópode (insecto).

Figura 24: Sistema circulatório de um insecto.


Nos vertebrados, o sistema circulatório é constituído por coração e vasos sanguíneos.

O coração

O coração é um órgão que funciona como uma bomba que põe o sangue em movimento. O seu constituinte fundamental é o tecido muscular cardíaco que forma o miocárdio.

A superfície exterior é recoberta pelo pericárdio. As cavidades cardíacas estão revestidas pelo endocárdio.

A figura seguinte mostra a constituição do coração de um mamífero.

Coração humano
Figura 25: Coração de um mamífero.


Vasos sanguíneos

Os vasos sanguíneos são de três tipos: artérias, veias e capilares.

As artérias são vasos onde o sangue circula, afastando-se do coração (levam o sangue do coração para todas as células); as veias são vasos onde o sangue circula no sentido de aproximação (trazem o sangue ao coração).

As artérias ramificam-se em arteríolas e estas em capilares arteriais que se prolongam pelos capilares venosos, que se refinem em vénulas e estas, por sua vez, em veias.

Os capilares são muito finos e permitem a intercomunicação entre as arteríolas e as vénulas e estas em veias. E ao nível dos capilares que se dão as trocas de produtos entre o sangue e a linfa que banha as células. Há diferenças estruturais entre os vasos sanguíneos.

Artérias – são os vasos sanguíneos que possuem paredes mais espessas e mais fortes, constituídas por três camadas ou túnicas:

  • Túnica interna ou intima (constituída pelo endotélio – uma camada de tecido epitelial de revestimento);
  • Túnica média (constituída por tecido muscular liso e tecido conjuntivo elástico);
  • Túnica externa ou adventícia.

Devido sua grande elasticidade, o sangue flui suavemente por elas, em vez de fluir em jactos.

Veias – apresentam as três túnicas: a túnica média é menos espessa e menos elástica do que a das artérias. O diâmetro em corte transversal das veias é major do que nas artérias correspondentes.

As grandes veias apresentam válvulas que obrigam o sangue a circular num único sentido.

Capilares – possuem paredes constituídas por uma única camada de células (endotélio). Nos capilares, o sangue move-se lentamente. Durante esse movimento realizam-se as trocas entre o sangue e os tecidos circundantes, por difusão.

A figura seguinte mostra os três tipos principais de vasos sanguíneos.

Figura 26: Vasos sanguíneos.


Bibliografia

MANJATE, Maria Amália; ROMBE, Maria Clara. Biologia 12ª Classe – Pré-universitário. 1ª Edição. Longman Moçambique, Maputo, 2010.

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