Importância e aplicação da Geografia, Métodos de estudo da Geografia

 Importância e aplicação da Geografia

A Geografia é uma ciência com muita afinidade com a Terra, respondendo, a cada momento, a questões ligadas à localização dos vários fenómenos naturais e humanos.
Com a Revolução Industrial e a emergência dos nacionalismos, nos séculos XVIII e XIX, esta ciência ganhou mais impacto.

Muitos Estados viram na Geografia uma fonte de conhecimentos sobre os recursos naturais, mercados e projectos de expansão colonial.

Neste contexto era tarefa da Geografia estudar as condições geográficas, económicas e culturais das colônias.

Na actualidade, a Geografia desempenha um papel importante na criação de atitude positiva sobre o meio ambiente, gestão cuidada e racional sobre os recursos naturais, fornecer dados científicos que permitem a tomada de decisões correctas de âmbito económico e político e que evitem a poluição do meio ambiente.

Métodos de estudo da Geografia

Desde o seu surgimento na Grécia antiga até ao século XIX, a Geografia era uma ciência de simples contemplação das paisagens, limitando-se, A partir do século XVII, os relatos dos navegadores, comerciantes e cientistas passam a ser selectivos, obedecendo a critérios e objectivos preconcebidos, conferindo rigor científico as observações.

Já no século XIX surge uma nova metodologia do estudo da Geografia, graças as contribuições de Alexander Von Humboldt e Carl Ritter que passaram a usar com rigor o método comparativo, apoiado pelos princípios da casualidade e da extensão. Paralelamente, usavam o método indutivo. Os dois métodos contribuíram sobremaneira para o surgimento da visão determinista da Geografia.

A explicação dedutiva-determinista é mais científica, porque procura a formulação de leis e a verificação das relações causa-efeito.

A explicação dedutiva desenvolveu-se com o cálculo das probabilidades, baseada na concepção probabilista das leis e é, hoje, a mais usada pelas ciências sociais, incluindo a Nova Geografia, e ainda pelas ciências físicas.

Na análise Possibilista, o método indutivo é usado apenas para os fenómenos humanos, enquanto para os dados quantitativos é aplicado o método histórico. A explicação genérica é própria do Possibilismo: interpreta os factos, descrevendo a sequência dos acontecimentos que produzem fenómenos em estudo, sem generalizações e previsão.

Na Nova Geografia, o método mais usado para a análise geográfica é o hipotético-dedutivo. Pela sua natureza, este consiste numa análise estruturo-funcional onde se procuram relações lógicas que confirmam as regularidades espaciais, tal como afirma H. Capel quando diz «a busca da ordem especial subjacente converte-se numa obsessão e realiza-se, ora de uma forma puramente empírica ou indutiva, ora a partir de teorias previamente formuladas».

Portanto, de forma sintética entre os métodos geográficos podem apontar-se os seguintes:

1. Método de observação directa: é um método muito antigo, realizável através de visitas de estudo a lugares previamente escolhidos para o efeito. Permite ao observador tomar contacto directo com a realidade que se pretende estudar. Para que as excursões geográficas ou expedições científicas sejam produtivas, devem ser antecedidas de uma Clara definição do objectivo e uma boa selecção dos fenómenos em análise.

2. Método de observação indirecta: este método baseia-se na análise dos fenómenos representados em cartas, mapas, modelos, imagens, fotografias, Projecções cinematográficas, slides, etc. Este método é o mais usado no ensino-aprendizagem para a localização de fenómenos naturais e humanos devido ä possibilidade de explicitarem os fenómenos geográficos na sala de aulas, biblioteca entre outros lugares.

3. Método cartográfico: há uma preocupação da cartografia em trazer para os mapas, esquemas, diagramas, modelos, desenhos, informações sobre os fenómenos físicos, naturais e económicos.
Actualmente, dada a evolução tecnológica nos estudos de investigação científica, estes estudos são apoiados pelas tecnologias de informação.

4. Método descritivo: foi usado pelos primeiros geógrafos, sendo dominante até ao século XIX, aliado à observação. A descrição, tomando em conta a quantidade e qualidade dos fenómenos, permite identificar as particularidades regionais por cada fenômeno observado ou em estudo.

5. Método comparativo: permite estabelecer as diferenças e semelhanças entre os fenómenos. Alia-se à necessidade de estabelecer as regularidades entre os fenómenos, procurando, em simultâneo, dar explicação das causas da dinâmica dos fenómenos em estudo. 
Este método é por excelência geográfico, muito usado pelos deterministas.

6. Método estatístico-matemático: muito usado na Nova Geografia que se preocupa com a procura de soluções dos problemas globais que afectam o Homem e a necessidade de explicar a dinâmica dos fenómenos humanos em particular. Com base neste método, é possível construir tabelas, gráficos e diagramas, para além de avaliar a evolução de fenómenos em estudo.

7. Método histórico: este método foi muito usado na corrente possibilista, sendo assim importante para compreender o presente e, sobretudo perspectivar o futuro. Parte-se do princípio de que os fenómenos geográficos do passado podem permitir um entendimento dos fenómenos da Geografia moderna. É possível uma explicação e prognóstico sobre o futuro.

8. Método de balanço: parte-se de forma empírica ou indutiva ou de teorias previamente formuladas para se realizar o estudo.


Bibliografia
WILSON, Felisberto. G11 - Geografia 11ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo, 2017.

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