Contradições imperialistas e a partilha de África

Contradições imperialistas e a partilha de África

A concentração industrial permitiu o entendimento entre as grandes empresas no sentido de não baixar os preços, o que por vezes significava limitar a produção.

Face a esta realidade, os monopolistas eram obrigados a investir noutras áreas ou então a exportar os seus capitais para territórios onde os monopólios tinham pouca ou nenhuma influência.

Neste contexto, em finais do século XIX iniciou a exportação de capitais de países industrializados da Europa para o Canadá, Africa, Ásia, América Latina e Europa Oriental.

A exportação de capitais foi facilitada pelo desenvolvimento dos transportes e comunicações, resultante da Revolução Industrial.

A necessidade de exportar capitais por parte dos estados europeus levou a intensificação das viagens em busca de colónias em África, facto que desencadeou uma verdadeira corrida colonial.

Conferência de Berlim

A corrida colonial agravou as rivalidades entre as potências, que passaram a disputar entre si os territórios africanos vistos como mercados consumidores, fontes de matérias-primas e de mão-de-obra barata.

Na tentativa de resolver os conflitos entre as potências imperialistas, realizou-se a Conferência de Berlim.

A Conferência de Berlim decorreu de 15 de Novembro de 1884 a 26 de Fevereiro de 1885 e tinha como objectivos acabar e evitar os conflitos entre as potências imperialistas e estabelecer regras para a ocupação de Africa pelas potências coloniais.

Participaram na conferência Portugal, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Espanha, Itália, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Estados Unidos da América, Suécia, Rússia, Áustria-Hungria e Turquia.

Decisões da Conferência de Berlim

As decisões da conferência podem ser resumidas em três:

• A liberalização do comércio nas bacias do Congo e Níger
• O reconhecimento do Estado Livre do Congo
• O estabelecimento do Princípio de Ocupação Efectiva.

Logo apos a Conferência de Berlim, os países europeus lançaram-se numa verdadeira corrida colonial. Como resultado, entre 1880 e 1890 as potências europeias (Inglaterra, Franca, Portugal, Bélgica e Alemanha) assinaram entre si tratados fixando as áreas de domínio de cada potência.

Neste processo, os países europeus partilharam entre si os territórios africanos, muitas vezes sem respeitar a distribuição dos grupos étnicos, reinos ou estados preexistentes.

Enquanto se dava a partilha de África, a Ásia era também assediada pelos europeus.

Em 1869 foi aberto o canal de Suez, para permitir o acesso marítimo entre o mar Mediterrâneo e o oceano índico, enquanto a Inglaterra e a França disputavam os territórios chineses e a India. Além disso, foram abertos entrepostos comerciais na China, e a Rússia expandiu-se para a Sibéria e para o pacifico.

Na sequência destas movimentações, no final do século XIX vários territórios africanos e asiáticos caíram sob domínio europeu.

 Bibliografia