Perturbações Frontais: Vida e morte duma perturbação, Tipos de frentes, Ciclones tropicais

Perturbações Frontais

  • Frentes
Duas massas de ar com características distintas, que têm tendência a aproximar-se, originam sempre zonas ou superfícies de descontinuidade entre elas.
À superfície dianteira de uma massa de ar, dá-se o nome de superfície frontal e linha que faz o contacto desta massa de ar com a superfície do solo, designa-se frente de superfície.

Afrontogénese: quando duas massas de ar têm contrastes físicos vigorosos, sendo essas frentes tanto mais vigorosas quando maior for a diferença entre elas.

Frontólise: ocorre quando as condições começam a enfraquecer, as massas fundem-se e as frentes se dissipam. Este fenómeno ocorre nas zonas de divergências de altas pressões, nas latitudes médias com grandes contrastes térmicos no Inverno entre o mar e a terra, dando origem a vigorosas frentes, enquanto que no Verão dominam as Frontólises.

Vida e morte duma perturbação

Normalmente, as perturbações ocorrem em grupos de 3 a 6 e mais frequentemente no Sul, pois o ar frio tem a tendência natural de descer em latitude porque se verifica um aumento de pressão atmosférica. Está-se, portanto, numa zona de divergência, de anticiclone, com quase absoluta calmia. Esta situação não impede que as temperaturas não sejam demasiadamente baixas no Inverno, dando origem às conhecidas vagas de calor ou frio respectivas, características de frente oclusa.

Tipos de frentes

Em altitude, esta zona de separação com a Atmosfera designa-se frente de altitude podendo ser frente quente ou frente fria.
A frente quente resulta do avanço do ar quente sobre o ar frio. A frente fria, com ar denso, junto à superfície do solo e devido ao atrito, vai ficando ligeiramente atrasada enquanto que em altitude, como não há fricção, o seu avanço é mais livre, pelo que a frente fria é bastante inclinada. Na frente quente, com ar mais leve, o atrito é menor, do que resulta uma inclinação suave.

  • Frente polar
Instala-se a NW das células anticiclónicas subtropicais e no Inverno estende-se desde as costas SE do continente norte-americano ao golfo do México e até ao mar do norte. No Verão, com a subida em latitude dos anticiclones tropicais, a frente polar sobe desde o Lavrador na costa da Noruega, sul da Groenlândia e Islândia.

O ar polar desce em direcção ao equador e o ar tropical sobe em direcção aos pólos. Na zona de aproximação entre estas duas massas de ar, o ar polar, frio e mais denso, mete-se em cunha por baixo do tropical, quente e mais leve, e obriga este a subir; o ar ascendente provoca centros depressionários frontais que, levados pela circulação geral, caminham para Este. É com o início deste conflito entre duas massas de ar diferentes que se dá perturbação frontal.

  • Frente Árctica
É uma descontinuidade que faz a separação entre o ar polar e o ar árctico donde resulta uma convergência entre duas massas de ar com características ligeiramente distintas.
Embora esta frente não seja tão bem definida como a frente polar, pode afectar os lugares localizados a latitudes médias no Inverno.

  • Frentes intertropicais
Entre duas massas de ar subtropicais (uma em cada hemisfério) assiste-se a uma convergência equatorial chamada frente dos alísios ou convergência intertropical (CIT). A frente dos alísios ou CIT pode desdobrar-se em convergência intertropical norte (CITN) e convergência intertropical sul (CITS), devido penetração (entre elas) dos ventos de oeste equatoriais.

Ciclones tropicais

São ventos muito violentos que sopram a grandes velocidades (até 200 km/h) nas zonas tropicais. As suas isóbaras são mais regulares, quase circulares, próximas umas às outras. O seu gradiente barométrico é mais pronunciado. Estendem-se por áreas muito extensas, com precipitação abundante e ventos fortes. Geralmente, as latitudes de 500 norte-sul são as zonas de origem.

Na China, Japão e Filipinas são conhecidos por tufões, no mar das Caraíbas por furacões. As depressões atingem também as Antilhas, a Flórida e o litoral do índico.

Habitualmente, os ciclones atingem as costas moçambicanas como foi caso do Domofna, (1984) na parte sul, Bonita (1997), Zambézia, Japhet (2003), Inhambane e Sofala com efeitos destruidores bastante elevados.
 
Fig.1: Ciclone Tropical

Bibliografia
WILSON, Felisberto. G11 - Geografia 11ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo, 2017.

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