Turismo: Importância, Potencialidades, Áreas de atracção turística em Moçambique

Turismo

Importância do turismo

O turismo constitui, actualmente uma verdadeira indústria. Muitos países tomam esta actividade como via para o seu desenvolvimento económico, por lhes permitir a captação de avultados capitais, contribuindo assim para o aumento do PIB.
Moçambique é um dos países que começa a apostar neste tipo de indústria.

A paz, a beleza das suas praias, a diversidade biológica e a facilidade de deslocação têm atraído cada vez mais turistas.

Actividades turísticas – actividades comerciais que concorrem para o fornecimento e prestação de alojamento, de restauração e/ou satisfação das necessidades das pessoas que viajam para o seu próprio lazer, por motivos profissionais ou outros.
Turista – pessoa que passa, pelo menos, uma noite, num local que não seja a sua residência habitual e cuja deslocação não seja para fins de emprego ou actividade remunerada no local visitado.
Turismo – conjunto de actividades profissionais relacionadas com o transporte, alojamento, alimentação e outras, ligadas ao lazer dos turistas.
Turismo cinegético – conjunto de actividades turísticas relacionadas com caça, fotografia, filmagem e contemplação de animais bravios, recreativos ou comerciais.
Ecoturismo – conjunto de actividades turísticas desenvolvidas nas áreas naturais, visando a conservação do meio ambiente e a promoção do bem-estar das comunidades locais.

Potencialidades

Moçambique tem um potencial turístico muito diversificado que está a ser explorado, mas uma grande percentagem deste potencial está por o ser.

As grandes potencialidades turísticas que o nosso pais apresenta são: numerosas praias, com paisagens exóticas, ilhas e lagos ao longo de toda a costa; parques e reservas nacionais como áreas de conservação para o desenvolvimento do ecoturismo; riqueza faunística e florestal; diversidade cultural, incluindo a hospitalidade da população moçambicana.

Fruto da nossa história, o pais oferece uma variedade culinária indo e afro-europeia, do Norte a Sul e do litoral ao interior, que ainda está por ser devidamente explorada. Há também necessidade de criar parques subaquáticos ao longo da costa, para se explorar o turismo marinho e os objectos arqueológicos oriundos de navios naufragados.

A linha de produtos turísticos que o pais oferece consiste em: turismo de sol e praia, ecoturismo, turismo cultural e aventurismo.

Informação:


Moçambique tem a melhor colecção de porcelana do índico foram descobertos vários bens, de entre os quais objectos de porcelana da dinastia Ming (1504, século XVI), resultados de uma nau afundada nas proximidades da ilha de Moçambique. Esta descoberta ficou a dever-se ao trabalho de arqueologia subaquática que está a ser feito na ilha de Moçambique.
Dos objectos encontrados constam garrafas de vinho, sementes de pimenta, peças de ouro.
Fazem parte da colecção algumas peças únicas que nem os chineses possuem.
Ministério do Turismo (adaptado)

O passado colonial

O turismo em Moçambique só foi regulamentado e apoiado pelo governo colonial na segunda metade dos anos 50 do século XX, quando se criaram os primeiros centros de informação e turismo. Todavia, só em 1962 é que se estabeleceram as primeiras zonas de turismo, que foram aumentando ao longo dos anos.

A partir dos anos 70, este sector cresceu ainda mais, registando na altura da independência os seguintes dados relativos ao parque hoteleiro.

Tabela 35: Parque hoteleiro

Total
Quartos
Camas
Hotéis
42
2 273
4 604
Pousadas
10
88
175
Estalagens
17
41
88
Pensões
216
1 692
3 316
Total
285
4 094
8 183

Este parque empregava 4122 pessoas e chegou a receber 285350 hóspedes.
    A maior parte dos hóspedes provinha dos países vizinhos - África do Sul e Zimbabwe, com 86982 e 28184 hóspedes por ano, respectivamente.
  As áreas turísticas estavam concentradas no sul, ao longo da costa, isto devido à desigualdade de desenvolvimento entre o Norte, Centro e Sul.

Após a independência

Após a independência, o turismo conheceu um acentuado decréscimo. Isso deveu-se, em parte, ao difícil relacionamento político-económico com a África do Sul, por causa do apartheid, e com o Zimbabwe, por causa da sua independência unilateral.
Outros factores foram: a falta de técnicos para planificar e gerir o sector e o conflito armado que destruiu as infra-estruturas turísticas, tal como também dizimou a fauna bravia e tornou as estradas inseguras.

A reactivação da actividade turística iniciou-se com o fim da guerra e a introdução do Programa de Ajustamento Estrutural.
A partir dessa altura, começaram a criar-se programas de desenvolvimento do sector, pois o governo definiu o turismo como um sector importante para aquisição de divisas, criação de novos empregos e promoção da imagem prestigiosa de Moçambique no estrangeiro.

Os primeiros indicadores que ilustram que o sector estava em franco progresso datam de 1998. A cidade de Maputo, a zona costeira e o norte da província de Inhambane foram as zonas que se distinguiram e contribuíram para este crescimento.

A actividade turística desenvolve-se praticamente em todo o Mundo e, em particular, na Africa Austral.
Moçambique não está isento da forte concorrência dos países situados na nossa região. Os mais fortes adversários nesta área são a Africa do Sul e o Zimbabwe.

Áreas de atracção turística

  • Na província de Maputo: a estância de repouso da Namaacha, com bom clima; a reserva de Maputo, com várias espécies; as praias de Maputo, Macaneta e ilha da Inhaca.
  • Em Gaza existem os parques de Banhine e o Transfronteiriço do Limpopo, onde há muitas espécies de animais de grande porte (elefantes, girafas e zebras); as praias de Bilene, Xai-Xai, Chongoene, Chidenguele e Dengoine.
  • A província de Inhambane oferece ao turista o parque de Zinave; as belas praias de Závora, Tofo e Barra; bonitas e atractivas lagoas em Zavala, Inharrime, Pomene e Vilankulo e o arquipélago de Bazaruto, onde se pode fazer a pesca desportiva e praticar mergulho.
  • Em Manica: o clima ameno das montanhas; as ruínas de Sena, que testemunham a grandeza do império de Muenemutapa; as pinturas rupestres de Chimanimani.
  • Sofala possui ilhas, praias e o Parque Nacional da Gorongosa, com uma grande diversidade de fauna e flora.
  • Zambézia possui muitas ilhas, praias, a reserva de Gilé e grandes plantações de coqueiros que Oferecem um panorama sem igual; as montanhas de Gùrué, com a sua beleza paisagística.
  • Em Nampula localiza-se a ilha de Moçambique, com grande valor histórico, com uma fortaleza, capelas, mesquitas e casas dos séculos XVI, XVII e XVIII, e que é património mundial da Humanidade; muitas ilhas e praias com boas condições para a pesca desportiva.
  • Em Tete destaca-se a fortaleza, que lembra o estabelecimento de feitorias construídas durante a penetração colonial, e a barragem de Cahora Bassa.
  • No Niassa, o lago, com o mesmo nome, oferece boas condições de pesca desportiva; há ainda a reserva do Niassa, praticamente com exemplares de toda a fauna cinegética de Moçambique.
  • Cabo Delgado, que possui muitas praias e ilhas.
Embora a África do Sul seja a principal concorrente, é também, simultaneamente, o nosso maior cliente com 70% dos turistas, seguida da Grã-Bretanha, com 10,9% e de Portugal, com 6,5%.
Verifica-se, assim, que é necessário fazer um grande esforço para diversificar o mercado de turistas.

Em termos do tipo de turismo, a percentagem está distribuída da seguinte forma:
  • Turismo de lazer - 36%;
  • Turismo de negócio - 40%;
  • Turismo de visita - 20%.

Fig.1: Praia do Wimbe



Bibliografia
NONJOLO, Luís Agostinho; ISMAEL, Abdul Ismael. G10 - Geografia 10ª Classe. Texto Editores, Maputo, 2017.

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